“Uma análise pormenorizada do que aconteceu em Cheliabinsk leva os especialistas a especular que eventos como este — que põem em perigo as populações e as construções — poderão ser bastante mais frequentes do que se pensava.
(…)
(…) bocado de asteróide com 19 metros de diâmetro (…)
(…)
O que se sabe hoje: uma rocha de 12 mil toneladas entrou na atmosfera terrestre a cerca de 70 mil quilómetros por hora; desfez-se a uns 30 quilómetros de altitude, dando origem a uma bola de fogo cerca de 30 vezes mais brilhante do que o Sol, numa explosão de potência equivalente à de 500 mil toneladas de TNT que deixou rastos de poeira incandescente no céu. Um fragmento gigante, com cerca de 650 quilos, atingiu o solo, abrindo um buraco de sete metros de diâmetro no gelo do vizinho lago Chebarkul (de onde foi pescado em Outubro). Foi, ao que tudo indica, o maior meteoro a atingir a Terra desde 1908, quando um corpo celeste se desintegrou sobre Tunguska, uma zona não povoada da Sibéria.
(…)
(…) em Cheliabinsk, foram registados casos de escaldões e problemas oculares (devidos à intensa radiação ultravioleta emitida pela explosão); e de concussão, confusão mental e sinais de stress causados pela onda de choque. A força da explosão foi aliás suficiente para deitar pessoas ao chão.
(…) o bólide de Cheliabinsk era uma rocha celeste da classe mais frequente: a dos “condritos comuns”. Os seus cálculos sugerem ainda que esta rocha provém da cintura de asteróides do sistema solar, mas Jenniskens especula, em entrevista à Science, que fazia inicialmente parte de um asteróide maior, que se terá fragmentado há cerca de 1,2 milhões de anos, provavelmente num anterior “encontro do terceiro grau” com a Terra.
(…) confirmam esta ideia com base em vídeos da trajectória do meteoro de Cheliabinsk, que indicam que a sua órbita é semelhante à de um asteróide próximo da Terra, podendo isso significar que, a dada altura, os dois faziam parte do mesmo asteróide.
Mas os resultados mais inquietantes vêm do outro estudo assinado por Brown, que com uma outra equipa internacional tira duas conclusões do evento de Cheliabinsk: por um lado, que os modelos actuais de previsão dos estragos causados por este tipo de explosão aérea não correspondem às observações; e por outro, que o número de objectos com diâmetros da ordem das dezenas de metros que colidem com a Terra poderá ser até dez vezes maior do que se pensava. (…)”
Leiam o artigo completo, no jornal Público, escrito pela jornalista Ana Gerschenfeld, aqui.
3 comentários
1 ping
Da pra dizer que a explosão dele foi equivalente a 25 bombas atômicas ao mesmo tempo!
Não entendi bem essa parte
“confirmam esta ideia com base em vídeos da trajectória do meteoro de Cheliabinsk, que indicam que a sua órbita é semelhante à de um asteróide próximo da Terra, podendo isso significar que, a dada altura, os dois faziam parte do mesmo asteróide.”
Que dois?
Author
O asteróide e este fragmento 😉
Entendi agora.
Mas isto ta me parecendo mais é uma especulação.
Também já li por aê que meteoro de Cheliabinsk teria sido originado dos fragmentos que acompanhariam o Halley.
Mas também duvido..
[…] meteoro que provocou os estragos em Chelyabinsk, em Fevereiro de 2003, tinha cerca de 20 metros de diâmetro. O asteroide 2012 TC4 tem entre 12 e 40 metros de diâmetro (ainda não se tem certezas), e […]