Hubble descobre ‘sinais’ de água na atmosfera de 5 exoplanetas

Os cientistas encontraram sinais, fracos mas concretos, de água na atmosfera de 5 exoplanetas distantes que orbitam 3 estrelas distintas. Todos os 5 planetas parecem ter uma atmosfera difusa. Ilustração: NASA Goddard Space Flight Center.

Os cientistas encontraram sinais, fracos mas concretos, de água na atmosfera de 5 exoplanetas distantes que orbitam 3 estrelas distintas. Todos os 5 planetas parecem ter uma atmosfera difusa. Ilustração: NASA Goddard Space Flight Center.

Utilizando o fantástico telescópio espacial Hubble, duas equipas de cientistas conseguiram detectar sinais fracos, mas concretos, de água na atmosfera de 5 exoplanetas. Todos estes exoplanetas estão muito distantes do nosso planeta e são todos “Jupiteres quentes”: planetas gigantes que orbitam muito perto das suas estrelas.

A presença de água na atmosfera já tinha sido verificada em alguns exoplanetas mas este é o primeiro estudo que mostra medições concretas, conseguindo ainda comparar as quantidades de água encontradas nos vários exoplanetas.

Os cinco planetas giram à volta de estrelas próximas de nós e são tudo menos locais apropriados à vida como a conhecemos. Dos cinco exoplanetas, o WASP-17b e o HD209358b são os gigantes que apresentam uma maior quantidade de água na atmosfera.

Avi Mandell, cientista planetário do ‘Goddard Space Flight Center’ da NASA e autor principal do artigo científico sobre três destes exoplanetas, afirmou que “Este trabalho abre realmente a porta para comparar a quantidade de água presente nas atmosferas de diferentes tipos de exoplanetas.”

“Conseguir detectar a atmosfera de um exoplaneta é extraordinariamente difícil. Mas nós conseguimos apanhar um sinal muito claro e este confirma a presença de água” explicou Drake Deming da Universidade de Maryland, cientista que liderou o estudo que caracterizou a atmosfera dos outros 2 exoplanetas estudados.

De forma a determinar o que compõe a atmosfera dos exoplanetas, os astrónomos observam os planetas a passar à frente da sua estrela e avaliam quais os comprimentos de onda da luz é que são transmitidos e quais os que são parcialmente absorvidos. Crédito da Ilustração: NASA's Goddard Space Flight Center

Quando um exoplaneta passa em frente à sua estrela, os astrónomos conseguem determinar a composição das suas atmosferas ao observar quais os comprimentos de onda da luz que são transmitidos e quais os que são parcialmente absorvidos. Crédito da Ilustração: NASA’s Goddard Space Flight Center

Em ambos os estudos, os cientistas utilizaram leituras feitas pela câmera de grande angular 3 (Wide Field), do telescópio espacial Hubble. Esta câmera possibilita analisar a região dos infravermelhos no espectro electromagnético e que, uma vez apontada para as atmosferas dos planetas estudados, permite detectar água caso a luz que atravessa a atmosfera der indicação nesta região do espectro das moléculas de H20.

Em baixo poderá ver um vídeo muito completo e ilustrativo do estudo destes planetas longínquos. O vídeo já tem legendas automáticas em inglês, pelo que deve carregar, no menu inferior deste vídeo, no botão das legendas e escolher ‘traduzir legendas’ e, consequentemente, a língua portuguesa.

Fontes: Hubblesite e NASA

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4 comentários

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    • Manel Rosa Martins on 06/12/2013 at 13:38
    • Responder

    A água, uma substância composta por 2 elementos, o 1º e o 8º da Tabela periódica, não deixa de surpreender mesmo aqui no planeta Terra.

    É a única substância que encontramos na natureza nas 3 fases: sólida, líquida e gasosa.

    É a única substância mais densa na fase líquida do que na sólida, por isso o gelo flutua. Dentro dela, nos oceanos, o surpreendente camarão-pistola consegue projectar jactos a 60 metros por segundo, para atordoar as suas presas.

    Este animal provoca um fenómenos denominado sonoluminescência, ou seja, em espços muito diminutos e durante fracções mínimas de tempo, tem por efeito uma cavidade na qual as temperaturas atingem mais de 9 mil kelvins, uma temperatura estrelar onde a fusão termonuclear ocorre.

    Será, propõem Físicos teóricos, a única experiência onde se detecta uma radiação de Hawking, embora esta análise seja polémica.

    Isto passa-se aqui na Terra, dentro de água.

    Poderá alguma forma de vida adaptar-se a condições tão extremas desde que exista a substância água?

  1. Notem que não são “jatos de água” ou rios de água…
    Detetou-se a molécula de água… que poderá existir nesses hot jupiters como vapor de água. 😉

    abraços!

  2. Depois de sabermos que existem estrelas que despejam jatos de agua no universo (http://forum.intonses.com.br/viewtopic.php?f=77&t=22355)

    Sabermos que tem agua na Lua e em Mercúrio.

    Da pra concluir que agua seja um dos elementos mais abundantes no universo.

    Claro, estas detecções indicam que existe “muita” agua naqueles locais.
    E mesmo que estes planetas sejam inabitáveis, talvez sua luas “cheias de agua”, sejam ótimas para abrigar a vida.

    A agua é criada nas estrelas, mais precisamente o Oxigênio, já que o Hidrogênio já esta por aê faz tempo.
    Com o tempo de forma espontânea H vai se juntando ao O formando a agua.

    Gostaria de saber tipos de estrelas que são as mais criam oxigênio, portanto agua.

    E seria bastante interessante que focássemos nestas estrelas ou melhor nos seus planetas para procurar vida.
    Pelo menos é oq eu acho, vcs concordam?

    1. É normal, contando que o Hidrogénio e o Oxigénio (componentes da água) são os dois elementos reativos mais abundantes do Universo.

  1. […] em todo o lado no Universo: exemplos. Cometas de água. Estrela L1448-MM. Quasar APM 08279+5255. Água na atmosfera de 5 exoplanetas. Chuvas noutros […]

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