Quem conhece a série de livros criados por J.R.R. Tolkien e que se transformaram em trilogias de sucesso (O Senhor dos Anéis e, atualmente, O Hobbit), sabe que todas estas histórias se passam no mundo fictício conhecido como Terra Média. Mas sabem também que Tolkien era profundamente detalhista na criação do seu mundo, tendo desenvolvido mapas da Terra Média, as relações entre os seres, genealogia, linguagem e até a criação do mundo.
A partir dos dados geográficos desenvolvidos pelo autor para as histórias, climatologistas da Universidade de Bristol passaram a Terra Média pelo filtro dos mais recentes modelos climáticos, num estudo que foi assinado pelo feiticeiro Radagast, o Castanho, “provavelmente o primeiro especialista em meio ambiente”, segundo eles.
Os pesquisadores levaram a brincadeira a sério e projetaram a geografia da Terra Média em modelos de computador como os utilizados na Terra pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (rede científica criada pela ONU há 25 anos).
Baseados neste modelo, os cientistas puderam determinar que o clima no Condado, a terra de Bilbo, Frodo e os outros Hobbits, teriam clima leve e temperado semelhante ao centro-oeste da Inglaterra. Já Mordor, reino do terrível Sauron, apresenta semelhanças com Los Angeles e o Texas Ocidental.
“Mesmo sem considerar a influência nociva de Sauron, Mordor tinha um clima hostil, quente e seco, com pouca vegetação”, conclui Radagast, o Castanho, que também nota que “grande parte da Terra Média seria coberta por uma densa floresta se a paisagem não tivesse sido alterada pela dragões, Orcs e feiticeiros”. E, de acordo com ele, os Elfos escolheram os Portos Cinzentos para zarpar para o oeste por que os ventos lhes eram favoráveis.
“Os modelos climáticos são baseados em processos científicos básicos, então podemos não apenas utiliza-los para a nossa Terra atual, mas também adapta-los facilmente para qualquer planeta, real ou imaginário”, explica em um comunicado Richard Pancost, diretor do Instituto Cabot da Universidade de Bristol, que deu origem a este exercício criativo. O estudo também compara o clima da Terra Média com o da nossa Terra, hoje e como era na época dos dinossauros, há 65 milhões anos.
“Isso é uma brincadeira, mas há também um lado sério. Grande parte do nosso trabalho em Bristol é usar modelos climáticos para simular e compreender o clima do passado do nosso planeta e prever melhor a sua evolução futura”, diz Dan Lunt em comunicado. O modelos climáticos sobre a obra de Tolkien foram realizados em computadores da Universidade de Bristol, mas “não receberam nenhum financiamento e foram realizadas pelos autores em seu tempo livre”, garante a universidade.
Embora isso para alguns possa parecer perda de tempo, do ponto de vista da divulgação científica, é uma mensagem poderosa. Poder vincular a ciência a uma série de fantasia, sem distorcer nem a obra original nem a ciência feita, é algo que considero fundamental para atrair gerações mais jovens para o surpreendente mundo da ciência.
Para os fãs de Tolkien e curiosos, os cientistas publicaram uma versão do estudo traduzido em alfabeto élfico e um outro em runas dos anões.
Fonte:
Jornal Zero Hora
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