Partículas viajantes podem contar as histórias do Universo

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O IceCube é o maior detector de neutrinos do Mundo, localizado na Antártida. O conhecimento sobre essas partículas pode desvendar muitos mistérios do Universo

 

É um facto que os viajantes sempre têm muitas histórias para contarem…

A luz vinda de todos os cantos do Universo revelou muito sobre ele, mostrando os processos mais bizarros e maravilhosos, explosões, mortes e origens de objetos e formações cósmicas de um Cosmos fascinante.

No entanto, a luz não pode contar toda a história, uma vez que, na maioria das vezes, revela apenas detalhes muito superficiais. A verdadeira história dos objetos estudados pelos astrofísicos está em seus núcleos, poderosos, quentes e sob pressões inimagináveis – e seus segredos só podem ser revelados por partículas isoladas provenientes diretamente de seus eventos extremos, e que escapam das camadas externas dos objetos na direção do espaço em velocidades alucinantes. O estudo das partículas cósmicas tem sido um grande e promissor avanço nas pesquisas cósmicas.

Raios Cósmicos

Raios cósmicos são partículas de alta energia, geralmente prótons, que são ejetadas por explosões cósmicas e revelam alguns dados sobre o Universo. Porém, é impossível descobrirmos sua origem exata, uma vez que campos eletromagnéticos torcem os caminhos dessas partículas formando “nós” antes que cheguem até nós.

Os Fantasmagóricos Neutrinos

Leves e eletricamente neutros, os neutrinos não enfrentam esse problema dos raios cósmicos. Eles podem emergir da explosão de uma Supernova, viajar livremente pelo Universo e atravessar corpos como a Terra, ou até corpos mais densos como o centro das estrelas e nebulosas, passando ilesos. Isso faz dos neutrinos os mensageiros mais primorosos do Universo, bastando captura-los quando passam.

O Poderoso IceCube

O IceCube é o maior telescópio de neutrinos do Mundo, localizado na Antártida. O detector em si fica a cerca de 1,6 km abaixo da superfície do continente gelado, e revelou no início de 2013, 28 neutrinos tão energizados que só podem mesmo ter vindo de fora do Sistema Solar. Dois deles possuem uma carga tão elevada quanto centenas de vezes as partículas do Grande Colisor de Hádrons (LHC), e os cientistas lhes denominaram Ernie e Bert.

Origens Secretas

As origens desses neutrinos tão energéticos ainda é um mistério. Especula-se terem emergido de uma explosão de raios-gama, que são cataclismos efêmeros tão intensos por instantes que se tornam os objetos mais brilhantes do Universo. Outras hipóteses incluem ondas de choque de explosões de estrelas (supernovas) e Blazares – jatos cósmicos de energia intensa acionados por buracos negros supermassivos. Ernie e Bert poderiam ser também oriundos da enigmática matéria escura ou sinal de algum fenômeno ainda mais exótico.

Na realidade, os cientistas não têm em apenas 28 neutrinos informações suficientes para definir sua origem, no entanto, os pesquisadores do IceCube terão uma década para prosseguir suas pesquisas – o projeto tem mais esse tempo previsto.

A Astronomia de Partículas está apenas começando.

Referência: Scientific American – Brasil, dezembro de 2013

2 comentários

  1. Teoricamente, a partir de tudo que existe, se pode descobrir todo o passado.
    E isto não tem limite.

    Com uma tecnologia avançada talvez 1 bilhão de anos mais que a nossa.
    Poderíamos ver na TV a história, como aconteceu de verdade, inclusive sem artistas, veríamos os próprios personagens.

    Por exemplo, poderíamos ter certeza se Cristo existiu e rever a última ceia.
    Ou ver o super asteroide ter aniquilado os Dinossauros.

    Ou até observar a primeira forma de vida surgir na Terra.

    Ou ver a estrela que existia antes do nosso Sol explodir.

    Podem achar que estou exagerando, mas é apenas uma questão de matemática.

    Nada que foi feito, não deixou marcas, ação e reação, o nosso presente, é a reação das ações do passado..

    1. Táquions 🙂

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