Stanley Miller nasceu a 7 de Março de 1930. Se fosse vivo, faria hoje 84 anos.
Em 1952 fez uma experiência, publicada em 1953, que mudaria completamente a forma como pensamos na origem da vida.
De modo a reproduzir a (que na altura se pensava) atmosfera terrestre primitiva, Miller juntou num recipiente água, hidrogénio, metano e amoníaco. Seguidamente, atingiu esta mistura com o que na altura se pensava ser a única fonte de energia na Terra primitiva – descargas elétricas para simular o efeito de raios. Somente uma semana depois, a surpresa foi geral: moléculas orgânicas simples, como a glicina e a alanina, tinham sido formadas naturalmente. A sopa lamacenta de aminoácidos dos primórdios da Terra tornava-se famosa.
Desde há 50 anos, diversas outras experiências comprovaram a validade desta. Não é preciso intervenção externa para o desenvolvimento dos constituintes básicos da vida.
Desde então, outras informações são interessantes.
Por exemplo, a atmosfera não seria tão redutora como Miller pensava na altura. Não seria tão rica em hidrogénio e talvez pudesse ter mais oxigénio livre. Mesmo assim, os aminoácidos formam-se sem intervenção externa.
Por outro lado, sabemos atualmente que existiriam várias fontes de energia, como a energia geotérmica e a radiação ultravioleta, e não só as descargas elétricas de raios, como pensava Miller. Ou seja, existiria ainda mais energia disponível para as reações químicas necessárias a transformar compostos inorgânicos em compostos orgânicos precursores da vida.
Com esta experiência (e com as biliões de experiências posteriores em laboratórios por todo o mundo), provou-se que, sem ser preciso qualquer consciência a gerir o processo, a própria natureza tem condições para transformar matéria inorgânica nos aminoácidos necessários para o surgimento de uma forma de vida simples.
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