Grande Mancha Vermelha de Júpiter está cada vez mais pequena

GMV_Jupiter_Hubble_1995_2009_2014Comparação de imagens da Grande Mancha Vermelha obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble em 1995, 2009 e 2014. Em cerca de 10 anos, a mancha diminui o seu comprimento de aproximadamente 21 mil para pouco mais de 16,5 mil quilómetros.
Crédito: NASA/ESA/A. Simon (Goddard Space Flight Center).

É verdade. Uma das mais icónicas estruturas do Sistema Solar está mesmo a encolher. Imagens obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble no passado mês de Abril revelam que a Grande Mancha Vermelha (GMV) de Júpiter está agora mais pequena que nunca.

Gravuras e fotografias do final do século XIX sugerem que a GMV era na época uma estrutura elíptica com cerca de 41 mil quilómetros de comprimento – o equivalente a três vezes o diâmetro da Terra! 100 anos depois, as sondas Voyager revelaram que a mancha tinha encolhido significativamente, medindo apenas 23335 quilómetros no seu eixo maior. As novas observações do Hubble confirmam a tendência.

“Observações recentemente realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble confirmam que a mancha tem agora menos de 16500 quilómetros de diâmetro – o menor tamanho que alguma vez medimos”, explica Amy Simon do Centro de Voo Espacial Goddard, nos Estados Unidos.

Astrónomos amadores tinham já notado uma intensificação na diminuição da área da GMV nos últimos dois anos. Aparentemente, a mancha está agora a encolher no seu comprimento a uma taxa de quase 1000 quilómetros por ano. A causa para esta contração é ainda desconhecida.

“É evidente nas nossas novas observações que a tempestade está a alimentar redemoinhos muito pequenos” disse Simon. “Supomos que estes [redemoinhos] poderão ser os responsáveis pela aceleração das mudanças, ao alterarem a dinâmica interna da GMV.”

A GMV é uma gigantesca tempestade anticiclónica localizada cerca de 22º a sul do equador de Júpiter. Dados recentemente obtidos mostram que, nos últimos anos, a tempestade encurtou o seu período de rotação de mais de 6 dias para apenas 4,5. Estes resultados sugerem que a GMV tem estado a conservar momento angular aumentando a sua velocidade de rotação. A equipa liderada por Simon planeia estudar o movimento dos redemoinhos e a dinâmica interna da tempestade para determinar como estas pequenas estruturas interagem com o interior do vórtice.

11 comentários

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    • Rodrigo Corinthiano on 19/05/2014 at 12:34
    • Responder

    Vou tentar melhorar a pergunta.

    Minha duvida seria em cima desses 300 anos de atividade da grande mancha vermelha, como chegaram nesse numero? Seria devido ao tempo de observação ou algum estudo cientifico?
    Se for por observação, ela poderia estar ativa por muito mais tempo do que os 300 anos de observação, e ainda poderá ficar ativa por um longo período de tempo.

    V eja se consegui melhorar. 😀

    1. Olá Rodrigo,

      Tal como tinha referido no comentário anterior, não conheço nenhum estudo com essa sugestão/especulação.

      1. Creio que o Sério esteja falando é que ela é observada a já quase 500 anos e não 300 anos.
        Como já era gigantesca já quando foi visualizada pela primeira vez é capaz dela ter já essa idade quando foi vista.
        Não sei se alguém fez algum cálculo da idade da GMV mas não poderia ser menos que 1000 anos certamente..

      2. Não Xevious. Na minha primeira resposta ao Rodrigo escrevi: “Os primeiros registos de uma grande mancha escura na face de Júpiter são do século XVII, ou seja, têm mais de 300 anos (…).”

        Para ser mais preciso, as primeiras referências a uma mancha na face de Júpiter são de Giovanni Riccioli, um astrónomo italiano, e datam de 1635. Ou seja, se assumirmos que esta mancha era a mesma que hoje observamos, então a GMV de Júpiter tem pelo menos 379 anos. Tudo que vá além deste valor é pura especulação.

        • Rodrigo Corinthiano on 21/05/2014 at 12:23

        Era exatamente essa minha duvida Xevious, obrigado!

        Agora sei que esse numero (aproximadamente 300 anos) seria devido ao tempo que a grande mancha é observada, e não algum estudo cientifico. 😉

        Obrigado pela elucidação, Sergio.

      3. Sim, é um número baseado somente na observação humana. Nada mais 😉

    • Rodrigo Corinthiano on 16/05/2014 at 13:24
    • Responder

    Todos os artigos científicos que li sobre a grande mancha vermelha de Júpiter, se especula um período de atividade de aproximadamente 300 anos. Como conseguiram chegar nesse número?

    Obrigado.

    1. Olá Rodrigo,

      Não conheço tal especulação. Não estará a fazer confusão? 😉

      Os primeiros registos de uma grande mancha escura na face de Júpiter são do século XVII, ou seja, têm mais de 300 anos, pelo que os astrónomos assumem que a tempestade está activa há pelo menos 300 anos. 🙂

      1. Acho que ele quis dizer que ainda restariam 300 anos.
        Se for isto estou inclinado a concordar..

  1. Então quem tiver acesso a informação do raio da Grande Mancha Vermelha a cada ano já poderia fazer um cálculo e estimar quando ela iria desaparecer..

    1. A tendência é que a GMV se torne completamente circular em 2040. 😉

  1. […] sugerem que a tempestade tem vindo a diminuir significativamente de tamanho nos últimos anos, atingindo no início deste ano um diâmetro inferior a 16,5 mil […]

  2. […] Vénus (informações, mistérios, história, viver, pizza). Júpiter (sistema, núcleo a derreter, mancha a diminuir, explosão, 65 + 2 luas, JUNO, JuIcE). Saturno (anel gigante, tempestade, hexágono, vórtice, rosa […]

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