As galáxias de Seyfert constituem uma classe que foi identificada e estudada pela primeira vez pelo astrónomo norte-americano Carl Keenan Seyfert, na década de 40 do século passado. Os membros da classe são galáxias predominantemente espirais com núcleos compactos e brilhantes e cujos espectros apresentam linhas espessas e brilhantes de emissão provenientes de iões de elementos como o hidrogénio, o hélio, o nitrogénio e o oxigénio. A existência destas linhas mostra que os núcleos contêm nuvens de plasma que se movimentam a velocidades muito elevadas, normalmente entre os 500 e os 4000 km/s. Os átomos nas nuvens de plasma são ionizados pela poderosa radiação ultravioleta emitida por discos de acreção que orbitam buracos negros nos centros das galáxias. Estes buracos negros galácticos têm massas enormes que podem atingir alguns milhares de milhões de vezes a massa do Sol. Para além do visível e do ultravioleta, as galáxias de Seyfert são também muito luminosas em ondas de rádio, infravermelhos e raios-X. São exemplos de galáxias com núcleos activos (Active Galactic Nuclei – AGN) e podem ser vistas como versões menos luminosas dos longínquos quasares.
NGC 1566, cuja região central se pode ver nesta imagem fabulosa obtida com a câmara WFC3 (Wide Field Camera 3) do telescópio Hubble, situa-se a apenas 40 milhões de anos-luz, na direção da constelação do Espadarte (Dorado), no céu austral. Trata-se de uma das galáxias de Seyfert mais próximas e, portanto, com maior brilho aparente. O seu núcleo compacto e de brilho intenso é facilmente visível na imagem.
A imagem seguinte da mesma galáxia, obtida pelo telescópio espacial GALEX (Galaxy Evolution Explorer), que observava no ultravioleta, mostra a extensão completa dos braços espirais. Estes emitem de forma intensa no ultravioleta devido às estrelas jovens e maciças que aí se formam mais eficientemente; mostra também o brilho notável do núcleo compacto de NGC1566, a região mais brilhante da galáxia no ultravioleta.
Podem ver a imagem original aqui.
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