O Gato de 103 Formas e a Acção Fantasmagórica I

gato schrodinger. 2jpgA equipa de Mario Krenn da Universidade de Viena, conseguiu com que o gato de Schrodinger estivesse vivo, morto, e de mais 103 formas diferentes ao mesmo tempo.

“Quando duas ou mais partículas ficam entrelaçadas, […] qualquer coisa que acontecer a uma alterará imediatamente a outra, mesmo que elas estejam em lados opostos da galáxia – Einstein chamou isso de ação fantasmagórica à distância.”. (Inovação Tecnológica). “Esse entrelaçamento quântico de elevadas dimensões oferece grande potencial para aplicações de processamento quântico de informações.”

Muito se tem especulado sobre esta acção misteriosa (embora não goste de usar a palavra “misteriosa” devido ao seu mau uso, arrisco-me a referi-la porque cabe perfeitamente na visão desta ideia) de como uma partícula sabe o que a sua gémea a milhões de anos-luz faz naquele instante, para a imitar. Uma das opções é de um processo subjacente, fora do universo “que tem um efeito sobre o nosso espaço-tempo equivalente a considerar que uma coisa pode afetar outra, independentemente da distância entre elas, em uma velocidade infinita.” (Daqui)

É uma ideia que nos remete para uma velocidade infinita mas sabemos que, dentro do universo, nada pode ser mais rápido do que a luz e trocar informação. Para uma partícula gémea trocar informação com a sua homóloga a velocidade dessa informação teria de ser 10 mil vezes superior à da luz e isso é um problema. Jean-Daniel Bancal  e colegas, do Centre for Quantum Technologies, em Singapura proposeram que “os sinais não seriam informação, mas “influências escondidas” que não seriam usadas para nada – assim, elas não violariam a Teoria da Relatividade.”. (vejam aqui)

Matematicamente, o sistema quântico da experiência proposta é descrita por um objeto de 80 dimensões. Mas essa proposta tem sido sistematicamente rejeitada por experiências que mostram violações da não-localidade de Bell.

Entretanto, pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) e da Universidade de Maryland, garantem que a transmissão de informação não pode quebrar o limite da velocidade da luz. Em 2012, pesquisadores do NIST “criaram pulsos superluminais, em que uma parte da onda de luz é “empurrada” para a frente, chegando antes do que seria de esperar” (Daqui). Para Jeremy Clark da Concordia University esses pulsos não quebram a lei física porque, ao serem empurrados, não levam consigo a informação.

Clark e Glasser fizeram uma experiência em que entrelaçaram dois pulsos de luz (o que acontece a um, acontece imediatamente a outro). Os resultados indicam que não há mais correspondência entre os dois pulsos quando um se torna superluminal. Acontece que o entrelaçamento deixa de ocorrer. Além disso, a experiência comprova que, quanto mais o pulso é empurrado, mais o seu sinal se degrada. O pulso segue a uma velocidade maior mas a informação fica para trás.

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