Adoro o filme Jumanji.
Apesar de ter um tema muito parecido com vários outros filmes para crianças (de entrada em reinos diferentes pelo “buraco do coelho”), a verdade é que achei o desenrolar do filme bastante criativo.
Gostei também da ação e dos efeitos especiais.
Claro que à primeira vista, poderia ser considerado um “filme pseudo”, já que tudo aquilo que se passa está para lá da realidade que a natureza nos fornece.
No entanto, como entretenimento, penso que o filme é bastante bom.
É um filme de fantasia e é dessa forma que tem que ser avaliado.
Jumanji é baseado num livro ilustrado e escrito por Chris Van Allsburg (também autor de Zathura), publicado em 1982.
O livro tem uma história parecida ao filme.
O filme Jumanji é de 1995.
O filme começa em 1869, em que se vê 2 jovens rapazes, apavorados, a enterrarem um baú.
100 anos mais tarde, em 1969, Alan Parrish, um menino de 12 anos descobre o baú com o jogo de tabuleiro. Ele convida a sua amiga Sarah Whittle para jogar com ele na sua casa. O jogo começa, Sarah joga e é atacada por morcegos. Entretanto Alan lança os dados, e cai numa casa onde sofre uma penalização. A penalização é para se manter numa floresta até que outro jogador lance os dados e tire 5 ou 8 na soma dos dados. Alan é sugado para dentro do tabuleiro. Sarah assusta-se e foge. Alan fica preso dentro do tabuleiro…
Durante 26 anos, Alan é obrigado a tentar sobreviver no reino da selva de Jumanji.
Alan fica preso nessa selva até que, como dizem as regras, um outro jogador tire 5 ou 8 ao lançar os dados.
26 anos depois, em 1995, o jogo é descoberto por duas outras crianças, rapaz e rapariga, irmãos: Judy e Peter Shepherd. Eles perderam os pais recentemente, quando iam fazer ski.
Ao jogarem este jogo, acabam por tirar 5 no lançamento dos dados, e libertam Alan. Alan Parrish é agora um homem com barba, com cerca de 38 anos.
Alan perdeu toda a sua vida no “mundo real”, e quer recuperar essa vida, quer voltar a ser um menino. Até porque o seu desaparecimento, arruinou os seus pais (levando-os à morte), e fez com que Sarah fosse diagnosticada como louca por dizer que Alan tinha sido sugado pelo jogo.
Para que o “tempo volte atrás”, eles têm de acabar o jogo mágico.
Para acabarem o jogo, precisam encontrar a “louca” Sarah Whittle, para desta forma o jogo continuar a ser jogado pelos 4 jogadores que começaram o jogo, até que um deles chegue à “meta” do jogo. Quando um deles chegar à meta, o jogo acaba e tudo volta ao tempo em que o jogo começou.
Enquanto o jogo se desenrola, e eles alternam no lançamento de dados, estranhos fenómenos acontecem: animais selvagens aparecem magicamente (macacos, leão, rinocerontes, crocodilos, etc), mosquitos gigantes tentam sugar-lhes o sangue, aranhas gigantes tentam matar os humanos, plantas assassinas tentam comê-los, um caçador aparece vindo da selva de Jumanji para apanhar Alan, etc. A cidade torna-se um caos até que o jogo termine.
Após enfrentarem vários perigos, finalmente Alan ganha o jogo.
Um furacão aparece e leva tudo aquilo que o jogo trouxe.
Simultaneamente, o mundo volta ao ano 1969.
Tudo voltou a estar como antes. Tudo está como era em 1969.
Só Alan e Sarah sabem que o mundo mudou bastante, e depois voltou a ser como era. Só eles têm essas memórias.
Em 1969, Alan e Sarah voltam a ser jovens. Judy e Peter ainda não nasceram.
Alan e Sarah colocam tijolos sobre o jogo, e lançam o jogo ao rio.
Alan e Sarah começam a namorar e eventualmente casam.
Em 1995, com os pais de Alan ainda vivos, Alan e Sarah dão uma festa na sua casa. E convidam Judy e Peter (que não sabem quem são Alan e Sarah).
Na festa, Alan e Sarah oferecem um valioso emprego ao pai de Judy e Peter. A única condição é que a família não pode ir de férias fazer ski como tinham planeado. Ao cancelarem a viagem de férias, não morrem no acidente.
Muito longe dos EUA, em França, 2 meninas estão a andar numa praia quando veem o jogo. Decidem desenterrá-lo para o jogar…
O filme promove a crença em fenómenos mágicos (o jogo está “vivo”, fazendo animais se materializarem neste mundo, por exemplo), assim como fomenta a especulação de que existem dimensões paralelas.
O facto de só as crianças conseguirem ouvir o barulho dos tambores do jogo promove a ideia de que só aqueles (crianças) que estão dispostos a acreditar no fantástico, são aqueles a quem o fantástico lhes acontece. Isto é uma ideia religiosa. Mas o mundo não funciona desta forma. Na realidade, as nossas crenças são irrelevantes no Universo: mesmo que não acreditemos na gravidade ou na eletricidade, elas vão continuar a funcionar.
Não entendo porque, ao acabar o jogo, o tempo deve voltar para trás. Alan deveria voltar ao mundo real, e pronto… o seu mundo continuar a partir daí.
O filme mostra-nos basicamente o crescimento durante a vida.
Jumanji é uma palavra Zulu que quer dizer “vários efeitos”, “várias consequências”. E é isso que o filme demonstra: as escolhas que fazemos têm consequências.
Algumas consequências são boas e outras são más. Só conseguimos avaliar os efeitos à posteriori.
A verdade é que se queremos uma vida melhor, não podemos culpar a sorte, o azar, outras pessoas ou situações que fujam ao nosso controlo. Tudo depende das escolhas que fazemos ao longo da vida. Se queremos uma vida melhor, temos que fazer escolhas melhores.
Uma das interpretações mais loucas que se pode retirar do filme é que poderemos estar no jogo. Imaginem que alguém está a jogar o jogo, e por isso vemos algumas coisas estranhas que acontecem no mundo. Mas a conspiração não termina por aqui… Podemos sempre levar isto ao extremo de esperar que, assim que o jogo acabe, tudo isto desapareça e o mundo volte a ser como era quando o jogo começou (não fazemos ideia quando ou com quem).
Provavelmente, aquilo que me fez sorrir mais durante o filme, de um ponto de vista de literacia científica, é que Sarah, por ser louca, segue uma carreira como psíquica, medium, astróloga.
Este filme, Jumanji, teve uma sequela.
A sequela chama-se Zathura. O livro, do mesmo autor, foi publicado em 2002 e o filme é de 2005.
A história é similar a Jumanji, sendo que em Zathura, os dois irmãos brincam num jogo de tabuleiro mágico que os leva a viajar pelo espaço. É uma fantasia mais espacial.
2 comentários
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Me tirem uma dúvida quando o Alan é sugado e Sarah não joga, pois bem digamos que ela jogasse e não tirasse nem 5 e nem 8 para ele sai, o que aconteceria ? ela jogaria de novo ou seria a vez dele ?
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Imagino que ela continuaria a jogar, já que era sempre a vez dela… 😉
[…] o filme inicial, Jumanji. Adorei a sua sequela, […]
[…] Zathura – Uma Aventura Espacial, é uma sequela bastante similar ao filme Jumanji. […]