Vi recentemente o filme Kate & Leopold porque prometia ser uma história que metia viagens no tempo.
Pessoalmente, por defeito, gosto bastante das histórias com viagens no tempo… apesar de cientificamente incorretas.
No entanto, este filme é somente uma comédia romântica, com alguns erros históricos, e que não explica nada sobre as viagens no tempo na base do filme.
Leopold Mountbatten é um duque que vive em Nova Iorque em 1876. É um sonhador, sempre em busca de ideias interessantes para o futuro, sobretudo as científicas. Leopold quer mais para a sua vida do que a sua sociedade lhe impõe.
Um dos seus descendentes, Stuart Besser, é um físico amador que vive em Nova Iorque em 2001.
Em 1876, Leopold vê Stuart a tirar fotografias e resolve segui-lo até à ponte Brooklyn (em Nova Iorque).
Stuart salta da ponte e Leopold tenta salvá-lo, mas acabam por cair os dois.
Leopold dá-se conta que atravessou um portal do tempo e chegou ao século 21, com Stuart.
Stuart criou uma fórmula que lhe permite saber quando o portal temporal se abre. Com isso, tem viajado através do tempo.
Leopold deveria ter ficado no século 19. Ao não o fazer, não registou uma patente para elevadores, e por isso na Nova Iorque atual os elevadores não funcionam.
Leopold apaixona-se pela publicitária Kate McKay, ex-namorada de Stuart.
Entretanto, Stuart consegue enviar Leopold de volta para o seu tempo.
Kate vai atrás dele para 1876 através do portal temporal na ponte Brooklyn.
O filme vê-se bem: é bastante ligeiro, não é aborrecido, não é lamechas, tem boas atuações e cenários, e tem um bom sentido de humor. Como comédia romântica, vê-se bem.
No entanto, em termos de viagens no tempo é uma lástima.
Não sei como ele descobre a falha no tecido do espaço-tempo (o tal portal no tempo), não sei como o abre, não sei como o atravessa, não sei como o portal se mantém estável, não sei se existem outros portais temporais, não sei qual é a fórmula do Stuart, não sei porque o portal temporal permanece no mesmo sítio (ponte Brooklyn), não sei como o portal permite viajar no tempo sem viajar no espaço, não sei o que é um físico amador e como ele pode saber mais que todos os físicos (o mundo já não funciona assim). Nada.
Neste aspeto, é um péssimo filme.
Também não entendo como Stuart pode tirar uma fotografia a Kate em 1876 sem a reconhecer (a fotografia foi feita no futuro de Kate mas no passado de Stuart, daí ele já ter revelado a foto, por isso ele devia lembrar-se dela lá)…
Continuo sem entender a obsessão dos filmes em se saltar de locais altos…
O que se safa no filme é a mensagem social: lutem pelos vossos sonhos, sejam diferentes, não se resignem aos constrangimentos impostos pela sociedade onde vivem.
1 comentário
Acho que vale por mostrar como alguém reage à vida no futuro. Apesar do choque inicial, até que se safou bem.