Os Estados Unidos e os seus principais aliados europeus anunciaram na passada segunda-feira que estão a terminar um acordo para mais sanções contra a Rússia, ainda na senda do avião de passageiros da Malásia Airlines que foi abatido sobre a Ucrânia no dia 17 de Julho. Os Estados Unidos também acusaram formalmente a Rússia de violar um tratado que proíbe o desenvolvimento de novos mísseis de cruzeiro de médio alcance. A medida em que estes desenvolvimentos podem afetar as relações espaciais russo-americanas não é clara.
As sanções impostas pela Administração Obama nos últimos meses após a anexação da Península da Crimeia pela Rússia têm, em grande parte, contornado a cooperação civil em matéria espacial. Os Estados Unidos dependem da Rússia para transportar astronautas americanos de e para a Estação Espacial Internacional (ISS) e os motores dos foguetes russos são usados para alimentar dois veículos de lançamento dos EUA – Atlas 5, com seus motores russos RD-180, e Antares com os motores russos AJ-26 (NK-33).
Embora a NASA, em conjunto com outras agências governamentais, tenha limitado a cooperação com a Rússia, a ISS foi especificamente isenta e também outros programas da NASA. Três cosmonautas russos, dois astronautas americanos e um astronauta alemão estão actualmente a viver juntos a bordo da ISS, que é operada conjuntamente por Estados Unidos e Rússia.
O abate do avião comercial de passageiros da Malásia Airlines (MH17), quando transitava no espaço aéreo ucraniano a 33.000 pés em 17 de Julho de 2014, acrescido com a recusa da Rússia em aceitar a responsabilidade (apesar da insistência ocidental que os separatistas apoiados pelos russos na Ucrânia usaram um sistema russo de mísseis-ar) na tragédia, forçou a que os Estados Unidos, o Reino Unido, França, Alemanha e Itália anunciassem no passado dia 28 de Julho a imposição de novas sanções a serem especificadas em breve.
A Casa Branca divulgou um comunicado sobre a reunião dos líderes dos cinco países que discutem vários pontos quentes globais, incluindo a Ucrânia, Gaza, Iraque e Líbia. Sobre este assunto, foi apenas dito que todos concordaram sobre a necessidade de “sanções e medidas coordenadas sobre a Rússia que continuou a sua transferência de armas, equipamentos e combatentes na Ucrânia oriental, incluindo as utilizadas no acidente, e para pressionar a Rússia para acabar com seus esforços para desestabilizar a Ucrânia”.
Ao mesmo tempo, também de acordo com o New York Times, o presidente Obama notificou formalmente o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a conclusão dos Estados Unidos sobre a violação pela Rússia do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF), ao testar um míssil de cruzeiro lançado do solo com uma gama de 500-5,500 quilómetros. Múltiplas fontes relataram a notícia, com a maioria a citar o New York Times.
Aqui é possível saber mais sobre as sanções que os EUA aplicaram à Rússia no sector da energia, finanças e do armamento, por considerar que Moscovo está a instigar a violência separatista no leste da Ucrânia. “Barack Obama negou que o Ocidente esteja a ser arrastado para «uma nova Guerra Fria» com o seu ex-inimigo soviético, mas advertiu que os Estados Unidos e a Europa estão «a perder a paciência» com o Governo do Presidente russo, Vladimir Putin.”
Podem ler aqui a noticia do New York Times.
Podem ler outros artigos relacionados com a crise da Ucrânia e o seu impacto na exploraçao espacial aqui, aqui e aqui.
1 comentário
O que de facto aconteceu com os aviões da Malásia, nunca viremos a saber. Mas o verdadeiramente lamentável, para além das mortes(IMPERDOÁVEL) é a interferência negativa na investigação espacial.