Cidade dos Anjos

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O filme diz-nos que os anjos são reais, invisíveis, e andam entre nós. Só muito raramente, quando querem, é que se tornam visíveis.

Seth, um anjo em Los Angeles que tem por trabalho guiar as pessoas após elas morrerem, apaixona-se por uma humana, Maggie, uma cirurgiã que perdeu um paciente durante uma operação ao coração.

Seth desiste de tudo (vida de anjo, imortalidade, etc), por Maggie.

Quando ele se torna mortal e após uma noite de amor, ela morre.
O ex-anjo fica sozinho: mortal e sozinho.

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Este é um filme totalmente pseudo, que se baseia na conspiração e na paranoia religiosa de que estamos constantemente a ser vigiados por outros seres.
É um tipo de filme que promove profissões e programas vigaristas, como este.

Este é um forte sinal de antropocentrismo: os humanos são tão importantes e interessantes que têm sempre “anjos” a olhar por eles.

Uma outra evidência de forte antropocentrismo é ter um anjo (supostamente um ser superior), apaixonar-se por um ser inferior (humano). Como se os humanos fossem super-importantes, o que de mais especial existe no Universo.
Para quando um filme com um humano a apaixonar-se por uma… minhoca ou um, sei lá, escaravelho?
Não faz qualquer sentido…

Também existem anjos para quando os animais morrem ou só os humanos são especiais?

Os anjos são humanoides por que razão?
Com tanta diversidade de vida existente na Terra, ter os anjos à “nossa semelhança” é mais um sinal de antropocentrismo, do ego humano a falar.

No filme é dito que os anjos não são humanos nem nunca o foram.
No entanto, pelos vistos, os anjos gostam de se denegrir a si próprios, em favor de humanos que são tãoooooo especiais…

Não entendo como esses anjos, como o Seth, não são presos.
Seth é o típico voyeur, que se torna creepy quando prefere passar o tempo a vê-la nua, vê-la a tomar banho, etc, sem o conhecimento dela. Em termos legais, não me parece que isto seja apreciado…

Durante todo o filme nota-se uma típica manipulação emocional, sem uma lógica racional.

Curioso que o filme simplesmente passa uma “esponja” sobre o noivo de Maggie. Ele é “arrumado para canto”, e ela até o trai… mas isso é visto como positivo.

Maggie é cética: não acredita em anjos.
Mas rapidamente coloca de lado aquilo que sempre pensou, para validar o que um qualquer “maluco” lhe diz.
O filme promove as crenças em detrimento do pensamento racional.
Para quando um filme em que alguém crente percebe que anjos não existem nem nunca existiram?

A razão para Seth se ter apaixonado por Maggie, segundo ele, foi ela ser competente e querer ter sempre sucesso…? (daí querer salvar o paciente que morreu na operação)
Será que na sua eternidade, Seth nunca tinha encontrado alguém que quisesse ter sucesso? É muito estranho…

No filme, a médica diz que as mulheres aguentam 9 vezes mais a dor que os homens.
Identifico-me bastante com isto. Se bem que no meu caso, a diferença é muito maior.

Que “botão” é que os anjos utilizam para se tornarem visíveis?

Os anjos são feitos de quê?
De energia/radiação não pode ser

Por que ele tem de saltar para se tornar humano? Qual é esta obsessão por saltos de enormes alturas para se conseguir fazer o que se quer?

O filme passa uma mensagem deprimente: que a vida é feita de perda e de morte.

Paradoxalmente, apesar de ser um filme completamente pseudo, eu adoro este filme.

Talvez seja enganado pela manipulação emocional…

Talvez seja porque considero o final fabuloso: completamente oposto àquilo que se espera. O final é um choque.

Talvez seja porque a música é espetacular:

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