Hoje tem sido um dia importante em termos de tempestades solares.
Nos últimos dias o Sol tem enviado algumas CMEs (Ejeções de Massa Coronal) que, por sorte nossa, têm vindo na direção da Terra.
Assim, a primeira CME já chegou à Terra durante a madrugada passada. Era uma CME fraca e por isso produziu algumas auroras (nas latitudes elevadas) mas fraquitas (consequências fracas, classe G1).
A segunda CME chega daqui a poucas horas. Estima-se uma tempestade geomagnética de classe G3, fruto de uma flare de categoria X. Ou seja, teremos uma tempestade geomagnética média.
No entanto, estas previsões são sempre muito imprevisíveis.
Apesar da flare ser de categoria X (ou seja, forte), o certo é que nunca sabemos a arquitetura interior da CME que vem a caminho. Na verdade, pode simplesmente “desintegrar-se” no campo magnético terrestre de forma bastante subtil. Ou seja, o facto da flare ser forte quando saiu do Sol, quando chega à Terra pode já não ter “poder” para provocar consequências visíveis. Só quando chegar cá é que se sabe.
Neste momento, estima-se uma probabilidade de 45% de existência de auroras a latitudes um pouco mais baixas que o normal.
Isto são fenómenos absolutamente normais que sempre aconteceram e que sempre irão acontecer. Não é nada de anormal.
Aliás, eu tenho escrito vários artigos sobre isto, mas os sensacionalismos e as mentiras continuam…
Desta vez, como sempre, anda-se a dizer que vamos ficar sem comunicações. Isso NÃO é verdade.
A tempestade geomagnética é média… no pior dos casos. Pode até ser fraca. Só sabemos isso quando a CME cá chegar. Se for mais forte, teremos mais auroras.
Por isso, efeitos nas comunicações e redes de eletricidade, como se tem lido em vários websites e páginas de Facebook, é pura mentira de quem vos quer enganar com sensacionalismos sem sentido.
Estas especulações aparecem devido ao chamado Evento de Carrington (leiam este nosso artigo), que se deu em 1859.
Esse evento, o maior de que temos registo, provocou as normais auroras e também falhas pontuais e locais no telégrafo da altura.
Como eu referi neste artigo: “99,9% da população mundial não deu por nada. E estamos a falar da pior tempestade solar… Efeito direto nos Humanos? 0.”
Igualar este poderoso evento, a CMEs normais que estão sempre a sair do Sol, é vigarizar as pessoas (ainda mais quando se afirma que vai acabar com a atmosfera da Terra).
As CMEs são normais, recorrentes (muitas vezes por ano), e são positivas para nós: permitem-nos ver espetáculos belíssimos de auroras nos céus da Noruega, Finlândia, Canadá, etc (locais com latitudes elevadas).
Venham elas!
8 comentários
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(… comentário editado…)
Esse artigo começa com um texto de dar risadas
Mas os vídeos são meio assustadores…. Não sei como distinguir mas eu fiquei bem assustado e impressionado…
Author
Pedro Lucas, já lhe foi dito e explicado dezenas de vezes que essas tretas vigaristas não são para ser sequer lidas. Não, o Sol não é um portal dimensional nem o Pai Natal / Papai Noel.
Se quer continuar a ler essas coisas e dar clicks para os vigaristas, está no seu direito, mas por favor não coloque aqui os links, porque nós não promovemos esses vigaristas (o que eles querem é que mais pessoas divulguem para terem clicks).
abraços
Olá carlos se lhe ofendi de alguma forma me desculpe…….Não quero promover vigaristas…e nem dar clicks…desculpe
Author
Não ofendeu 😉
Mas já sabe que essas coisas são vigarice… e existem milhões delas na internet 🙁
Estas tempestades solares tem algum efeito sobre o campo magnético da Terra sem ser provocar auroras a alta atmosfera?
Author
Está a pensar em quê? Enfraquecê-lo? Torná-lo caótico?
Se é isso, não 😉
Se a tempestade geomagnética fosse mais forte, poderíamos ver aqui uma aurora boreal? Eu gostava muito. A minha mãe, que hoje teria 100 anos, dizia que viu uma. E contava isso maravilhada.
Author
Só raramente temos auroras a latitudes mais baixas, como em Portugal.
Só realmente quando é forte 😉
[…] na eletricidade e comunicações) que andavam a ser partilhadas nas redes sociais, esclarecemos neste artigo que a única consequência seriam auroras, provavelmente a latitudes um pouco mais baixas que o […]
[…] sabem, o Sol tem enviado algumas CMEs (ejeções de massa coronal) na nossa direção. Devido a isso, temos tido belíssimas auroras nos nossos céus (para quem vive em latitude mais […]