Luas Potencialmente Habitáveis
Crédito: René Heller et al. , NASA/JPL/Space Science Institute , Ted Stryk
Para a astrobiologia, estas serão as 4 luas mais tentadoras, já que serão as luas no sistema solar com maior probabilidade de terem condições favoráveis ao desenvolvimento da vida.
Europa é uma enorme “bola” de água interior, com uma “fina” camada de gelo por cima.
Ganimedes é outra lua de Júpiter com um oceano interior.
Encélado (lua de Saturno) tem vulcões de gelo de água, o que indica também um potencial oceano interior.
Titã tem lagos e rios gelados (mas líquidos) de hidrocarbonetos (metano e etano) na sua superfície.
Fora do sistema solar, uma nova pesquisa sugere que as exoluas (luas de exoplanetas) potencialmente habitáveis são em muito maior número que exoplanetas na zona habitável das suas estrelas.
Tendo tudo isto em conta, parece lógico prever que as luas são os mundos habitáveis mais comuns no Universo.
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
7 comentários
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A saber, o cenário do filme Avatar, o planeta Pandora, na verdade é uma exo-lua, que gira ao redor do gigante gasoso Polifeno. Pelo que imaginaram para a trama, as montanhas flutuantes de Pandora se dão justamente devido ao efeito da magnetosfera do gigante gasoso e de pandora sobre suas rochas.
Voltando ao mundo real, reconheço a importância da água que torna Europa o alvo mais promissor. Embora do ponto de vista astronautico, o acesso ao oceano de Encéladus é mais fácil, já que não precisaria perfurar dezenas de km de gelo duro como rocha, no caso de Europa.
Mas há sempre algo que muito me chama em Titã: esse mundo tem pressão atmosférica, riqueza de processos químicos, aminoácidos essenciais, e é um mundo surreal. 🙂
Deveria haver uma escala de habitabilidade (0 a 20).
À medida que fossem descobertas mais coisas sobre o planeta, o valor seria ajustado.
Potencialmente habitáveis, talvez. Mas eu, habituada ao nosso Sol aqui tão pertinho , não me dava lá. Já me custa a suportar o nosso inverno.
Um abraço.
Boa noite, tenho uma duvida, Marte é um mundo habitável potencialmente habitável ou nem uma coisa nem outra? Grato Sr. Dr. Carlos
Author
Eu uso o “potencialmente habitável” como enfase no “habitável”, mas na verdade se dissermos que é habitável, já chega para o conceito de potencial 😉
Marte, que se saiba, não é habitado. E não existem evidências que alguma vez tenha sido habitado.
Marte, sabe-se, já foi habitável. Ou seja, já teve condições para a vida como a conhecemos. Neste momento, não as tem, pelo menos na sua superfície.
abraços!
O meu muito obrigado pela sua pronta explicação, a ver se eu compreendi. Marte neste momento não é habitável contudo, se não conhecêssemos a sua superfície e atmosfera devido às missões que se realizaram, seria um planeta potencialmente habitável certo? O que eu quero com isto perguntar é que se Marte se situasse noutro sistema solar a centenas de anos luz de nós, a girar em torno de uma estrela igual ao sol à mesma distancia que se encontra do sol, para nós, perante a tecnologia atual, seria um planeta potencialmente habitável certo? o que me fez confusão foi esta frase “Tendo tudo isto em conta, parece lógico prever que as luas são os mundos habitáveis mais comuns no Universo.” Pensei que não seria correto usar apenas a palavra habitável sem conhecer ao detalhe a constituição do planeta ou lua em causa…Eu acharia mais correto assim: “Tendo tudo isto em conta, parece lógico prever que as luas são os mundos POTENCIALMENTE habitáveis mais comuns no Universo. Não estou a querer corrigir e jamais poria em causa o conhecimento de uma pessoa que admiro por todo o trabalho, paciência, currículo, vontade de transmitir o conhecimento, com uma capacidade de expressão e cultura acima da média em muita coisa (tirando o futebol) como o Dr Carlos.
Author
Olá,
O seu comentário é totalmente correto.
Realmente, quando se diz que algo é habitável tão longe… na verdade, cientificamente falando, não sabemos.
Normalmente sabemos a massa ou o tamanho, o período da órbita (distância à estrela), e pouco mais. Nada sabemos da sua atmosfera, incluindo se a tem ou não (o que é muito importante para saber se pode ter líquidos à superfície), ou qual a sua constituição interior (ex: se tem ou não oceanos interiores).
Por isso, o Sérgio está totalmente correto.
Só incluo duas pequenas nuances:
– a palavra “potencialmente” é desnecessária. Eu costumo incluí-la, mas é só para dar enfase ao habitável. Habitável já quer dizer que potencialmente tem condições para a vida: ou seja, das condições que conhecemos, esse mundo parece ter as condições favoráveis à vida que conhecemos. Claro que existem mais alguns milhares de variáveis que desconhecemos 😉 . Por isso a palavra habitável (habitable, em inglês), na verdade pouco nos diz.
Como o Sérgio bem referiu, se víssemos Marte, Vénus ou mesmo a nossa Lua, num outro sistema solar a muitos anos-luz de distância, eles seriam certamente considerados como habitable (habitáveis, potencialmente habitáveis)… só porque têm tamanhos parecidos à Terra e estão na zona habitável do Sol… mas na verdade, vendo ao perto, sabe-se que eles não são habitados nem sequer habitáveis.
– está totalmente enganado em relação ao futebol… obviamente 😛 o Benfica é a Terra Gloriosa dos Planetas Habitáveis 😛 ehehehehehe 😛
abraços!