A Canção do Cometa que a Rosetta descobriu.

Copyright ESA/Rosetta/ NAVCAM – CC BY-SA IGO 3.0

Copyright ESA/Rosetta/ NAVCAM – CC BY-SA IGO 3.0

O Consórcio Plasma da missão Rosetta descobriu uma “canção” misteriosa que o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko está a cantar no espaço.

O cometa aparenta estar a emitir uma “canção” sob a forma de oscilações no ambiente do seu campo magnético. Está a cantarolar numa frequência de 40-50 milihertz, muito abaixo da audição humana, que por regra capta os sons entre 20 Hz e 20 mil Hz.

Para que a música seja audível para o ouvido humano nesta gravação, aumentaram-se as frequências.

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Rosetta’s Plasma Consortium (RPC) has uncovered a mysterious ‘song’ that Comet 67P/Churyumov-Gerasimenko is singing into space. The comet seems to be emitting a ‘song’ in the form of oscillations in the magnetic field in the comet’s environment. It is being sung at 40-50 millihertz, far below human hearing, which typically picks up sound between 20 Hz and 20 kHz. To make the music audible to the human ear, the frequencies have been increased in this recording. credit: ESA/Rosetta/NAVCAM – CC BY-SA IGO 3.0

6 comentários

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    • Manel Rosa Martins on 14/11/2014 at 13:08
    • Responder

    Do blog da Rosetta temos mais detalhes, publicados pela autora Claudia:

    Destaco que “o mecanismo físico destas oscilações ainda permanece um mistério.”

    Rosetta’s Plasma Consortium (RPC) has uncovered a mysterious ‘song’ that Comet 67P/Churyumov-Gerasimenko is singing into space. RPC principal investigator Karl-Heinz Glaßmeier, head of Space Physics and Space Sensorics at the Technische Universität Braunschweig, Germany, tells us more.

    RPC consists of five instruments on the Rosetta orbiter that provide a wide variety of complementary information about the plasma environment surrounding Comet 67P/C-G. (Reminder: Plasma is the fourth state of matter, an electrically conductive gas that can carry magnetic fields and electrical currents.)

    The instruments are designed to study a number of phenomena, including: the interaction of 67P/C-G with the solar wind, a continuous stream of plasma emitted by the Sun; changes of activity on the comet; the structure and dynamics of the comet’s tenuous plasma ‘atmosphere’, known as the coma; and the physical properties of the cometary nucleus and surface.

    But one observation has taken the RPC scientists somewhat by surprise. The comet seems to be emitting a ‘song’ in the form of oscillations in the magnetic field in the comet’s environment. It is being sung at 40-50 millihertz, far below human hearing, which typically picks up sound between 20 Hz and 20 kHz. To make the music audible to the human ear, the frequencies have been increased by a factor of about 10,000.

    The music was heard clearly by the magnetometer experiment (RPC-Mag) for the first time in August, when Rosetta drew to within 100 km of 67P/C-G. The scientists think it must be produced in some way by the activity of the comet, as it releases neutral particles into space where they become electrically charged due to a process called ionisation. But the precise physical mechanism behind the oscillations remains a mystery.

    “This is exciting because it is completely new to us. We did not expect this and we are still working to understand the physics of what is happening,” says Karl-Heinz.

    RPC may also be able to help in tracking Philae’s descent to the surface of 67P/C-G on 12 November, in tandem with the lander’s on-board magnetometer, ROMAP .

    The sonification of the RPC-Mag data was compiled by German composer Manuel Senfft (www.tagirijus.de).

    The contributing institutions to these instruments are:
    RPC: Institutet för rymdfysik (IRF), Uppsala, Sweden; Southwest Research Institute (SwRI), USA; Institut für Geophysik und Extraterrestrische Physik, Technische Universität Braunschweig, Germany; Laboratoire de physique et chimie de l’environnement et de l’espace (LPC2E), Université d’Orléans, France, and Imperial College London, United Kingdom.
    RPC-Mag: Institut für Geophysik und Extraterrestrische Physik, Technische Universität Braunschweig, Germany; Imperial College London, United Kingdom; Space Research Institute Graz, Austria

    http://blogs.esa.int/rosetta/2014/11/11/the-singing-comet/

  1. Convém talvez adicionar que não só as frequências foram transformadas, como também a natureza do sinal: de magnético para mecânico (som). Mesmo que a “canção” fosse em frequências audíveis, não se iria ouvir nada lá, quer por o sinal não ser mecânico, quer por não haver meio para o propagar até aos nossos ouvidos.

    É interessante, mas suponho que já esteja alguém neste momento a escrever um artigo a explicar a origem do fenómeno, que não deve ser difícil de descobrir.

      • Manel Rosa Martins on 13/11/2014 at 19:32
      • Responder

      E depois no final na interpretação do nosso cérebro volta a ser electro-magnético, pelos fonões. 🙂

      Sim, se tivermos que centrar o fenómeno no ser humano é como bem dizes, propagação mecânica, curiosamente por moléculas. As moléculas são mecânicas? 🙂

      Talvez se consiga definir bem, ou pelo menos um pouco melhor, aqui, nestas diferentes formas de energia, a “linha de fronteira” entre o macro e o micro, se aceitarmos como verosímil ser a molécula o “quantum máximo.”

      E sim, concordo em adicionar a tua observação no corpo do post, mas temo pela boa saúde do ficheiro audio. Já verei como resolver esse detalhe.

      🙂

      1. A partir do momento em que chamamos “canção” a um sinal, já estamos a centrar o fenómeno no ser humano e na sua interpretação. 😛

        Bom, todos os fenómenos mecânicos têm por objecto corpos compostos por átomos e/ou moléculas. Desse ponto de vista, a mecânica é uma teoria de campo médio, onde as partículas individuais interagem electricamente. Como escreveu o Philip Anderson, “More is Different”: novos fenómenos e nova Física surgem quando consideramos a interacção entre muitas unidades. Não é de todo evidente a forma como encontrara a densidade crítica de partículas necessárias para fazer emergir a nova física (que neste caso é a mais antiga 😛 ). Parece ser uma transição de fase entre dois tipos de física, onde pelo menos é fácil de identificar a quebra de simetria (a física newtoniana terá maior simetria, visto que a posição exacta das moléculas deixa de ser relevante). Mas bom, isto já sou eu a “inventar” um bocadinho. 😛

  2. Mais um caso onde Realidade ultrapassa a Ficção!

    Abraços

    • Manel Rosa Martins on 12/11/2014 at 21:24
    • Responder

    Os meus agradecimentos à cientista inglesa Jayne Stigger, thank you Jayne, you rock.:)

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