E para terminar 2014 em grande, o céu nocturno reserva-nos uma das mais espectaculares chuvas de meteoros do ano: as Geminídeas. Com o pico de actividade a acontecer entre as 19h00 UT (mesma hora de Portugal e -2h em Brasília) do dia 13 de Dezembro e as 17h UT do dia 14, há um serão e uma madrugada inteira para observar uma das mais fiáveis “chuvas de estrelas” dos últimos anos.
A chuva das Geminídeas recebe este mesmo nome por se identificar a sua radiante (ponto a partir do qual parecem surgir os meteoros) na constelação de Gémeos. Esta chuva tem uma longa duração de actividade, podendo ser observada entre os dias 4 e 17 de Dezembro, sempre com uma grande produção de ‘bolas de fogo’. Apesar de ter melhor visibilidade no hemisfério Norte, mesmo no hemisfério Sul esta é uma chuva com boas condições de visibilidade, com várias séries de meteoros brilhantes, que “caem” a uma velocidade moderada. No entanto, lembramos que, por exemplo, no Brasil a radiante só aparece no céu perto da meia-noite local, atingindo a sua maior elevação apenas às 02h00.
Apesar de termos a Lua em quarto crescente no hemisfério Norte, esta só irá surgir no horizonte depois da meia-noite local, pelo que haverá um céu escuro o suficiente para receber a constelação de Gémeos que estará sempre alta no nosso céu, facilitando a observação desta “chuva de estrelas”. Na realidade, e tendo em conta que esta chuva produz meteoros com brilho significativo, será possível ver até 50 meteoros por hora.
Com a presença da Lua cheia durante as Perseidas em Agosto, as Geminídeas arriscam-se mesmo a ser o melhor espectáculo de meteoros deste ano, com uma taxa de 120 meteoros por hora esperada durante o pico de actividade, que acontece às 12h00 UT. Apesar do máximo acontecer em plena luz do dia, será possível ver uma quantidade muito generosa de “estrelas cadentes” entre o pôr-de-sol no dia 13 e o amanhecer do dia 14.
No entanto, e apesar de esta até ser uma chuva algo previsível, como em todas as chuvas de meteoros aconselhamos a terem atenção a esta chuva nos dias anteriores e posteriores, com especial atenção para o dia 15 que poderá, este ano, ter uma actividade acima do normal.
Lembramos que não é necessário material astronómico para observar uma chuva de meteoros, bastando um local escuro, paciência e vontade de se deslumbrar. Se estiver interessado em observar este fenómeno em casa, basta que na noite de 13 para 14 de Dezembro, localize a constelação de Gémeos, mesmo ao lado da facilmente detectável constelação de Órion, virando o seu olhar para Este. A imagem acima mostra o céu de Lisboa às 22h00 locais do dia 13 de Dezembro (podendo servir de referência a todo o hemisfério norte) e a de baixo mostra o céu de Brasília às 00h00 locais, servindo de referência para todo o Brasil e hemisfério Sul.
Lembramos que as Geminídeas, ao contrário das outras chuvas, não resulta de detritos de um cometa mas de um objecto rochoso com o nome 3200 Phaethon, sendo a sua corrente de detritos muito superior às outras chuvas, num factor de 5 para 500. No entanto, este objecto continua envolto em mistério já que foge a uma consensual definição científica há várias décadas. Saiba tudo sobre as Geminídeas e sobre a sua origem nesta ligação.
Recursos:
Converta as horas UT para o seu local.
Veja a carta celeste no local onde se encontra.
Informações da “International Meteor Organization”.
1 comentário
Parabéns pela iniciativa continue publicando este tipo de informação, pois interessa a muitas pessoas.