Do que depender do neurocientista norte-americano Kenneth Hayworth, os entusiastas por computador, tablet, ipad e demais aparelhos desta linha podem ganhar um motivo para morrerem tranquilos. O profissional, ex-pesquisador de pós-doutorado pela Universidade de Harvard e presidente da Fundação de Preservação do Cérebro (BPF), acredita ser possível ressuscitar pessoas e transferi-las… ao mundo virtual! Você pode conferir essa proposta a partir do 30º minuto do episódio “Podemos ressuscitar entre os mortos?” do documentário Through the Wormhole.
O processo é “simples”. O cérebro da pessoa seria retirado após sua morte e fatiado em um tamanho assustadoramente pequeno: 40 mil vezes mais fino que um fio de cabelo. Essas porções seriam digitalizadas milhões de vezes por um feixe de íons. Após extrair as informações contidas nesses pedaços, as mesmas seriam copiadas e inseridas em um computador.
A tecnologia para mapear essas pequenas porções de cérebro, segundo o Dr. Hayworth, já existe. Contudo, haveria ao menos dois imensos entraves ao desenvolvimento do projeto. Primeiro: necessidade de investimentos bilionários. Segundo: compreender minuciosamente toda a estrutura do cérebro, de modo que, durante o processo de “virtualização”, não houvesse qualquer comprometimento ao órgão. Para se ter uma noção, o cérebro humano possui mais de 100 bilhões de neurônios e 100 trilhões de sinapses.
Hayworth garante ainda que dentro de 100 anos esse processo de “upload” será tão comum quanto uma cirurgia ocular a laser é atualmente.
Logicamente nunca devemos subestimar o potencial da ciência. Parte considerável das soluções tecnológicas presentes em nossos dias pareciam loucura à grande maioria das pessoas, até mesmo da comunidade científica, em um passado nada remoto. Mas, convenhamos: o êxito do projeto do doutor Kenneth soa, ao menos neste instante, como uma probabilidade tão ínfima quanto aquela fatia de cérebro 40 mil vez mais fina que um fio de cabelo.
5 comentários
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Sugestão:
Autor: Curt Siodmak
Título original: Donovan’s Brain
1ª Edição: 1942
Publicado na Colecção Argonauta em 1954
O livro impressionou-me bastante, quando o li há muitos, muitos anos atrás:
Citação da “súmula”:
A ficção científica tem, como qualquer outro género literário, diferentes fórmulas e géneros. Por ora, a “Colecção Argonauta” publicou, quase exclusivamente, volumes em que se aborda como tema de acção as viagens interplanetárias, a vida em outros mundos ainda não explorados pelo Homem e nos quais ainda só se penetrou pela fantasia e imaginação, associadas aso modernos conhecimentos da ciência.
O próximo volume desta colecção, porém, foge totalmente ao assunto clássico das explorações siderais. Terá mais ou igual interesse aos anteriormente publicados? Não sabemos. Os leitores serão os únicos juízes de tal opinião.
Para nós, “O Cérebro de Donovan” é um dos livros mais absorventes e espantosos dos últimos anos, pois aliando a “ficção-científica” e o “policial dedutivo” , “agarra” o leitor desde as primeiras páginas, sem grandes especulações de carácter profundo para os leigos, e, num galope apaixonante de acontecimentos, fá-lo viver o relato, dia a dia, de um médico que, tendo dominado inicialmente as ondas psíquicas do cérebro de um indivíduo morto, é por sua vez subjugado por esse mesmo cérebro sem corpo, ao ponto de perder totalmente o livre arbítrio.
Na opinião da exigente crítica do “New Yorker”, “O Cérebro de Donovan”, de Curt Siodmak, é uma obra prima de terror, como raramente se consegue transmitir no campo da literatura”.
De facto, basta transcrever uma página a acaso deste extraordinário romance, para se aquilatar o grau de emotividade contido em cada linha do livro, o qual ainda por cima e para colocar o leitor mais dentro do ambiente é escrito na primeira pessoa do singular e na forma de diário.
Sujeito às forças tangíveis do Cérebro, que alimentou e acarinhou como um filho, o Dr. Patrick Cory – o protagonista de tão inesperada aventura – escreve no relatório das suas experiências estas palavras de desespero:
“È preciso que alguém acredite em mim e me socorra! Estou a escrever à pressa… enquanto o cérebro repousa. É preciso que alguém me ajude! É preciso que alguém leia o que estou a escrever e acredite em mim! Um homem aparentemente morto ouve e vê.
Link: http://coleccaoargonauta.blogspot.pt/2011/09/n-13-o-cerebro-de-donovan.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Curt_Siodmak
http://en.wikipedia.org/wiki/Donovan%27s_Brain
Mais recentemente, este tema influencia (indirectamente?) um tipo de personagem num show televisivo que é basto irónico e presta homenagem caricatural a inúmeras coisas no mundo da ficção científica:
http://en.wikipedia.org/wiki/Futurama / http://pt.wikipedia.org/wiki/Futurama
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_recurring_Futurama_characters#Celebrity_heads
Citação:
Celebrity heads
Various celebrities and historical figures are kept alive as heads in jars of liquids.
The technology is crucial to Futurama’s connection with 20th and 21st century culture since it allows significant figures from the past to make appearances in the series.
This also allows for contemporary celebrities to make guest appearances as themselves.
The technology was invented by Ron Popeil, himself a head.
People seem to be able to be resurrected using this technology, as every U.S. President is found in the “Head Museum”; the most prominent head is that of Richard Nixon who becomes the President of Earth.
Author
Observações e sugestões interessantes, Dinis!
Obrigado!
Já agora, no sentido de aprofundar a exploração do tema, há uma nova ideia que me parece relevante:
Os “Digital Twins”:
In computer science, a software Agent is a computer program that acts for a user or other program in a relationship of agency, which derives from the Latin agere (to do): an agreement to act on one’s behalf. Such “action on behalf of” implies the authority to decide which, if any, action is appropriate: http://en.wikipedia.org/wiki/Software_agent
Lifeloggers (also known as lifebloggers or lifegloggers) typically wear computers in order to capture their entire lives, or large portions of their lives: http://en.wikipedia.org/wiki/Lifelog
Humans Could Be In The Middle Of A Huge Evolutionary Transition
http://www.businessinsider.com/future-human-evolution-2014-9
The Digital Twin (“Twin”): Your Emerging Digital Self:
http://www.accelerationwatch.com/lui.html#cybertwin
Once we have reasonably good conversational interfaces and semantic maps, circa 2015-2020 in my guesstimation, a major new developments we can expect at the same time are “Digital Twins” (DTs or “Twins”), also called personal software agents (PSAs), intelligent assistants, agent avatars, software secretarys, etc. that will use these interfaces and maps to construct crude models of their user’s preferences and values.
It’s the user-modeling part that makes these agents into increasingly useful simulations of and aids for us as individuals.
Twins will use as input user writings and archived email, realtime wearable smartphones (lifelogs), and verbal feedback, to allow increasingly intelligent and productive guidance of the user’s purchases, learning, communication, feedback, and even voting activities, offloading a lot of the information overload and cognitive overhead of managing modern society from biohumans to their twin.
As I see it, the intelligence amplification that results from our having twins will begin a major revolution in protecting and furthering the user’s interests, leading us to a much more democratic society.
Site geral: http://www.accelerationwatch.com/index.html / http://www.accelerating.org/johnsmart.html
Este artigo está muito simples e claro:
In 5 Years, We Could All Have ‘Digital Twins’ That Make Decisions For Us
Link: http://www.businessinsider.com/within-5-years-digital-twins-could-start-making-decisions-for-us-2014-9
Citações:
“When you and I die, our kids aren’t going to go to our tombstones, they’re going to fire up our digital twins and talk to them,” John Smart tells Business Insider.
As a futurist and founder of the Acceleration Studies Foundation, Smart uses many names for the technology he predicts — digital twin, cyber-self, personal agent — but the concept stays the same: a computer-based version of you.
Using various strategies for gathering and organizing your data, digital twins will mirror peoples’ interests and values. They’ll “input user writings and archived email, realtime wearable smartphones (lifelogs), and verbal feedback to allow increasingly intelligent and productive guidance of the user’s purchases, learning, communication, feedback, and even voting activities,” Smart writes. They’ll displace much of today’s information overload from regular people to their cyber-selves.
And one day, Smart theorizes, these digital twins will hold conversations and have faces that mimic human emotion. “They will become increasingly like us and extensions of us,” Smart says.
The concept might sound far-fetched. But consider that people often turn to a deceased friend or family member’s Facebook wall to grieve. People already form relationships with each other’s online presences. As computer science advances, the connection will only improve and strengthen — even with identities that aren’t real people.
“Where we’re headed is creating this world in which you feel you have this thing out there looking after your values,” Smart says.
For digital twins to reach their full potential, however, they require two important developments: “good conversational interfaces and semantic maps,” Smart explains.
http://en.wikipedia.org/wiki/Semantic_mapping / http://en.wikipedia.org/wiki/Semantic_mapping_(literacy)
kkkkkk poxa topo toda hora ser a cobaia deles ai, lógico, depois que bater as botas né, vai que cola e da certo
Author
Atamar, não apenas você, mas certamente muitas pessoas se colocam nessa condição. Nesse sentido, podemos afirmar que o principal problema não é o “recrutamento” de pessoas interessadas em colaborar, mas sim a captação de recursos financeiros para o desenvolvimento do projeto.