Meteoro “explosivo” no céu açoriano registado por sismógrafos

Conforme os testemunhos oculares, e após um pequeno inquérito, o público considerou que esta imagem de um "fireball" será o que se assemelha mais ao que foi visto a oeste do céu açoriano às 20h20 do dia 02 de Fevereiro. Crédito imagem: © Baltimore Sun

Conforme os testemunhos oculares, e após um pequeno inquérito, o público considerou que esta imagem de um “fireball” será o que se assemelha mais ao que foi visto a oeste do céu açoriano, às 20h20 do dia 02 de Fevereiro. Crédito imagem: © Baltimore Sun

Conforme vários testemunhos oculares cedidos ao Observatório Astronómico de Santana – Açores (OASA), foi identificado na passada noite de 02 de Fevereiro um fenómeno luminoso a Oeste do arquipélago dos Açores (Portugal) em várias ilhas do grupo central e em São Miguel, ao qual se seguiu um estrondo. O fenómeno foi observado às 20 horas e 20 minutos locais com maior intensidade na ilha Graciosa.

O fenómeno poderá ser facilmente explicado pelo embate na atmosfera de um meteoróide (possivelmente um asteróide de pequenas dimensões) que gerou um meteoro facilmente visível e que se definiu por um feixe de luz que terminou numa visível explosão. Na possibilidade de ter uma dimensão maior que a dos normais meteoróides, ao invés de ser desfeito pela fricção, o meteoróide terá batido na atmosfera causando o consequente estrondo ouvido, assim como a vibração sentida resultante da onda de choque. O asteróide ter-se-á desintegrado sobre o mar, havendo poucas possibilidade de serem encontrar meteoritos (nome dado aos meteoróides que atingem a superfície).

Conforme o CIVISA, através de declarações de Teresa Ferreira à Antena 1 Açores, foi ainda sentida uma vibração nos sismógrafos que se pode “assemelhar aos efeitos de um sismo grau III da escala de Mercalli”. Teresa Ferreira explicou ainda que foi registado um sinal “em várias estações sísmicas do arquipélago, desde a ilha de S. Jorge até à ilha de S. Miguel (…), estações distanciadas a mais de 200 quilómetros o que torna plausível que terá sido algo que aconteceu, na atmosfera, ou seja, a uma altitude superior àquela que normalmente acontece a actividade sísmica.”

A delegação regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera confirmou também o embate do meteoro na atmosfera “pelas 21:20 TUC sobre a Ilha Graciosa. Na sua entrada na atmosfera terrestre terá causado uma onda de choque que foi registada à superfície sequencialmente nas estações sísmicas das ilhas do Pico, S. Jorge, Graciosa e Terceira. O impacto da onda de choque sobre a ilha Graciosa terá causado um abalo semelhante a um sismo de grau II na escala de Mercalli.” Na figura são apresentados os registos da onda de choque sentida nas estações sísmicas da Graciosa.

O OASA continuará a actualizar esta notícia conforme a disponibilização de novos dados. Não existe ainda qualquer registo fotográfico do fenómeno. Caso o tenham, agradecíamos o contacto para [email protected]

O OASA agradece a todo o público que nos ajudou na procura de explicações para o fenómeno e para a sua caracterização. Foi uma verdadeira actividade científica por parte dos cidadãos. Poderá seguir a discussão e contribuir aqui:

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Lembramos o público de que estas situações são normais e comumente registadas, assim como na Rússia em Fevereiro de 2013. Veja aqui o vídeo de um fenómeno semelhante, mas com um meteoro de tamanho muito maior àquele registado agora nos Açores.

Veja aqui a notícia avançada pela Antena 1, assim como as declarações de Teresa Ferreira do CIVISA.

1 comentário

  1. Interessante e podemos começar a pensar num sistema detector de meteoritos apartir da detecção do som produzido.
    Claro, teríamos que desenvolver bastante a tecnologia, mas com a Nanotecnologia e futura Picotechnologia chegaremos lá..

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