MIR – a estação espacial russa que morreu

mir-over-earth

A 19 de Fevereiro de 1986, a MIR – estação espacial soviética – foi lançada para o Espaço onde operou até 2001. A MIR foi a primeira estação espacial modular soviética e demorou 10 anos a ser montada em órbita. Até 2001, altura em que foi desactivada, foi o maior satélite artificial em órbita. Serviu como laboratório de pesquisa em microgravidade e onde foram realizadas diversas experiências em áreas como biologia, física, astronomia, metereologia entre outras.

A MIR foi a primeira estação de pesquisa continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no espaço, com 3 644 dias. O recorde foi quebrado apenas em Outubro de 2010, quando foi superado pela Estação Espacial Internacional.  A MIR detém ainda o recorde do voo espacial humano mais longo, com Valeri Polyakov que passou 437 dias e 18 horas na estação entre 1994 e 1995. A estação espacial foi ocupada por um total de doze anos além da sua vida útil inicialmente prevista para quinze anos, tendo a capacidade de suportar uma tripulação residente de três pessoas, ou de tripulações maiores para missões espaciais de curta duração.

Após o sucesso do programa Salyut, a MIR representou a próxima fase do programa de estação espacial da União Soviética. O primeiro módulo da estação, conhecido como o módulo de núcleo, foi lançado em 1986 e foi seguido por seis módulos adicionais. Os foguetes Proton foram usados ​​para lançar todos os seus componentes, excepto para o módulo de ancoragem, que foi instalado por um shuttle espacial na missão STS-74 em 1995. Quando concluída, a estação era composta por sete módulos pressurizados e vários componentes sem pressão. A energia era fornecida por vários painéis fotovoltaicos conectados directamente aos módulos. A estação era mantida numa órbita entre 296 km e 421 km de altitude e viajava a uma velocidade média de 27,700 quilómetros por hora, completando 15,7 órbitas por dia.

A estação foi lançada como parte do programa de voos espaciais tripulados soviético para manter um posto avançado de pesquisa de longo prazo no espaço, e, após o colapso da União Soviética, passou a ser operada pela nova Agência Espacial Federal Russa (RKA). Como resultado, a grande maioria da tripulação da estação era formada por russos; no entanto, através de colaborações internacionais, como os programas Intercosmos, Euromir e Shuttle-Mir, a estação foi disponibilizada para os astronautas de países da América do Norte, Europa e Japão. O custo do programa Mir foi estimado em 2001 pelo ex-diretor da RKA, Yuri Koptev, aproximadamente em 4,2 biliões de dólares ao longo da sua existência (incluindo desenvolvimento, montagem e operação orbital).

3 comentários

1 ping

  1. Essa estação espacial (Mir), após sua desactivação, ainda está em órbita ou foi desmantelada?
    Curiosidades:
    1- Qual é a fonte de oxigénio numa estação espacial?
    2- Que tipos de desconfortos gera a microgravidade?
    3- A microgravidade prolongada não é fatal?
    4- Não é possível gerar uma força gravítica local?

    1. MIR:
      https://www.terra.com.br/mundo/2001/03/23/013.htm

      1 – oxigénio.
      2 – em termos de ossos e articulações?
      3 – quão prolongada?
      4 – todos nós geramos, com a nossa massa.

      abraços

    • Alan Olicheski on 25/02/2015 at 17:07
    • Responder

    A MIR foi sem duvida muito importante para o desenvolvimento humano, muitas pessoas hoje não sabem muitas coisas que vieram da conquista espacial, comunicações, tecidos, metais, uma pena que esta estação teve de ser desativada, me lembro de ter alguns programas/projetos para deixar ela no espaço, inclusive um programa de doações “mundial” afim de transforma-la em hotel espacial ou algo assim, faltou falar destas coisas 😉

  1. […] feitos por seres humanos, mas quase destruiu uma das maiores conquistas da humanidade, a estação espacial Mir. Em 1997, um incêndio a bordo da Mir  colocou em perigo a vida da tripulação e poderia ter […]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.