“One Ring To Rule Them All”

Esta imagem fabulosa é uma das últimas proezas do observatório submilimétrico ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimete Array), localizado no planalto de Chajnantor, a 5 mil metros de altitude, no Deserto de Atacama, no Chile. O anel quase perfeito é formado por radiação proveniente de moléculas de monóxido de carbono (CO), um marcador para a localização de grandes nuvens de hidrogénio molecular, os locais onde nascem as estrelas. O hidrogénio molecular não é facilmente observável pelo que os astrónomos usam o CO e outras moléculas, com sinais fáceis de detectar, para seguir o rasto destas nuvens gigantes. As nuvens moléculares que observamos na imagem são parte de uma galáxia designada por SDP.81 que se situa a cerca de 12 mil milhões de anos-luz. Estamos a vê-la portanto, quando o Universo tinha apenas 15% da idade actual.

O magnífico “Anel de Einstein” formado pela imagem distorcida da galáxia primordial SDP.81. Crédito: ALMA via NRAO/ESO/NAOJ/B. Saxton/NRAO/AUI/NSF.

O magnífico “Anel de Einstein” formado pela imagem distorcida da galáxia primordial SDP.81. Crédito: ALMA via NRAO/ESO/NAOJ/B. Saxton/NRAO/AUI/NSF.

A imagem da galáxia está distorcida num anel pelo efeito de lente gravitacional. De facto, aproximadamente no centro do anel, e não visível na imagem anterior, encontra-se uma galáxia muito maciça situada a apenas 4 mil milhões de anos-luz que funciona como a lente nesta configuração. Para além de distorcer a imagem da SDP.81 desta forma caprichosa, a lente gravitacional amplifica ainda a sua luz, permitindo aos astrónomos estudar com um detalhe sem precedentes regiões de formação estelar numa galáxia primordial.

Composição da imagem obtida com o ALMA (anel amarelo) com uma imagem obtida com o Telescópio Espacial Hubble (azul). A mancha azul mais intensa no centro do anel é a galáxia responsável pela lente gravitacional. Crédito: ALMA (NRAO/ESO/ NAOJ), B. Saxton NRAO/AUI/NSF, NASA/ESA Hubble e T. Hunter (NRAO).

Composição da imagem obtida com o ALMA (anel amarelo) com uma imagem obtida com o Telescópio Espacial Hubble (azul). A mancha azul mais intensa no centro do anel é a galáxia responsável pela lente gravitacional. Crédito: ALMA (NRAO/ESO/ NAOJ), B. Saxton NRAO/AUI/NSF, NASA/ESA Hubble e T. Hunter (NRAO).

A resolução obtida com o ALMA — cerca 23 milisegundos de arco, equivalente a ver uma bola de basquetebol no topo da Torre Eiffel a partir do Empire State Building — é absolutamente extraordinária e pulverizou completamente outras imagens deste objecto obtidas com grandes observatórios da NASA e da ESA.

À esquerda, imagem da SDP.81 obtida com o Telescópio Espacial Herschel, em infravermelhos. À direita, a mesma galáxia numa imagem que combina observações do Telescópio Keck, o maior do mundo, com 10metros de diâmetro, e o SMA (Submillimeter Array), ambos situados no topo do Mauna Kea, no Hawaii. É notório o fantástico incremento de qualidade introduzido pelo ALMA. Crédito: ESA/NASA/JPL-Caltech/Keck/SMA.

À esquerda, imagem da SDP.81 obtida com o Telescópio Espacial Herschel, em infravermelhos. À direita, a mesma galáxia numa imagem que combina observações do Telescópio Keck, o maior do mundo, com 10metros de diâmetro, e o SMA (Submillimeter Array), ambos situados no topo do Mauna Kea, no Hawaii. É notório o fantástico incremento de qualidade introduzido pelo ALMA. Crédito: ESA/NASA/JPL-Caltech/Keck/SMA.

(Fonte: ESO, ALMA)

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