Sempre que há enormes desgraças, uma das palavras mais utilizadas na comunicação social para descrever um salvamento é que se tratou de um “milagre”. Já me faz bastante confusão quando jogadores de futebol atribuem alguns golos, não à sua competência profissional, mas sim a seres invisíveis em que acreditam (o nome desse ser, depende da crença de cada um); mas nunca falam desse mesmo ser quando falham golos. Já quanto à utilização profícua da palavra “milagre”, faço minhas as palavras de Ricardo Araújo Pereira, no último minuto do programa Governo Sombra do passado dia 1 de Maio de 2015, sobre os “milagres” após os recentes sismos no Nepal.
Vejam o programa, aqui.
Nas palavras de Ricardo Araújo Pereira:
“No meio daquela desgraça no Nepal provocada pelo sismo, de repente descobriu-se um bebé vivo no meio dos escombros. Quem usa a palavra “milagre” no sentido de acaso extremamente improvável: certo! Quem usa a palavra “milagre” no sentido de ato divino, acho mais difícil, porque talvez fosse mais fácil impedir que o prédio tivesse desabado em cima do menino e de vários milhares de outras pessoas que faleceram.”
Curiosamente, no novo sismo, o mesmo aconteceu: estavam três crianças a brincar em computadores num cyber-café. O prédio desabou. Um dos meninos foi salvo; alguma comunicação social falou em milagre. “Esqueceram-se” que os outros dois meninos morreram, soterrados sob os escombros.
Enquanto é “só” na comunicação social, estamos na presença somente de mau jornalismo.
No entanto, quando a palavra “milagre” é utilizada para fraudes, para enganar os mais necessitados, aí já estamos num crime social que infelizmente gera milhões de euros anualmente.
A matemática dos acasos, as probabilidades, em pleno século 21 ainda são incrivelmente incompreendidas pela generalidade das pessoas…
4 comentários
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Falando em coisas impossíveis…
https://www.youtube.com/watch?v=rrnU0-Gsczs
Author
“Broma”
https://www.youtube.com/watch?v=qo1AItVY2RQ
Algumas pessoas dizem que conseguem ver duendes, Gnomos e até pessoas mortas…eu ouço pessoas que já morreram… ouço Frank Sinatra, Elvis, Bob Marley, etc…
🙂
Abraços
Milagre, milagre, teria sido se o Everest tivesse desmoronado e em Katmandu nenhuma construção sofresse estragos e ninguém tivesse ficado ferido.
Isso sim, a existência de Deus ou extraterrestres benevolentes com altíssima tecnologia, estaria assegurada pela “matemática das probabilidades”.
BONK!!!!!