Os grãos de poeira interestelar, abundantes nas nuvens de hidrogénio molecular onde se formam as estrelas, têm uma dimensão típica de alguns micrometros e uma forma alongada, semelhante a um grão de arroz. Devido à sua composição, tendem a alinhar o seu eixo maior na perpendicular com o campo magnético galáctico local. A luz emitida por esta poeira, com comprimentos de onda submilimétricos, é por isso polarizada parcialmente. A medição do grau de polarização observado nesta luz, proveniente de diferentes partes do céu, permite assim produzir um mapa parcial do campo magnético da nossa galáxia.
Nesta imagem fantástica, centrada na região da constelação de Orionte, representa-se a intensidade da polarização da luz medida em 3 frequências — 353, 545 e 857 GHz — pelo observatório Planck, da ESA. As cores refletem a quantidade de poeira presente — azul escuro, escassa, até ao vermelho escuro, abundante. A textura ondulante representa a orientação do campo magnético galáctico.
Note-se como a orientação do campo magnético é regular, quase horizontal na parte de cima da imagem, ao longo da longa cadeia de filamentos amarelos pontuados por manchas vermelhas. Esta parte do céu corresponde ao plano dos braços espirais da Via Láctea, na direcção das constelações, da direita para a esquerda: Gémeos, Unicórnio e Cão Maior. Devido à sua proximidade, vista a partir da Terra, Orionte fica abaixo do plano galáctico. O campo magnético nesta região é bem mais irregular devido à presença das grandes nuvens moleculares de Orionte, regiões activas de formação de novas estrelas, que lançam o caos no meio interestelar.
(Fonte: ESA)
2 comentários
Só uma correção: é constelação de Órion, não Oriente.
Onde está escrito Oriente?
Na verdade, é Orion, Órion ou Orionte, tal como está escrito.