O veículo de exploração em Marte Curiosity da NASA subiu em uma colina a fim de abordar um local alternativo para investigar uma fronteira geológica, depois de um local similar ter provado ser muito difícil de se alcançar.
O percurso de aproximadamente 22 metros subindo por encostas tão íngremes quanto 21 graus levou o Curiosity para perto de uma área onde se encontram dois tipos distintos de rocha. A equipe científica da missão quer examinar um afloramento que contém o contato entre uma unidade de rocha pálida que a missão analisou em partes mais baixas do Monte Sharp e uma unidade rochosa mais escura que a missão ainda não investigou de perto.
Na primeira semana de maio de 2015 o Curiosity rumava na direção de um local de contato geológico comparável mais para sul. Frustrada pela presença de ladeiras escorregadias no caminho, a equipe reencaminhou o veículo e escolheu um percurso mais para oeste. O planejamento estratégico da missão sempre mantém várias opções em aberto com o intuito de lidar com tais situações e contratempos.
Chris Roumeliotis, condutor principal do Curiosity no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA, explicou:
Marte pode ser muito enganoso. Nós sabíamos que as ondulações poligonais de areia fizeram com que o Curiosity derrapasse no passado, mas parecia aí haver terreno com características rochosas e mais consolidadas diretamente adjacentes a estas ondulações. Por isso, movemo-nos em redor das ondulações de areia para o que esperávamos ser terreno mais firme e que daria melhor tração ao Curiosity. Infelizmente, este terreno acabou por ser também composto de material não consolidado, o que definitivamente surpreendeu tanto a nós quanto ao Curiosity.
Em três dos quatro passeios entre 7 e 13 de maio de 2015, o Curiosity sofreu derrapagens superiores ao limite estabelecido para a condução e parou por motivos de segurança. O software a bordo do veículo determina a quantidade de deslizamento que ocorre através da comparação entre a contagem de rotações das rodas com a distância real percorrida que é calculada através da análise de imagens obtidas durante a jornada.
O veículo estava se movendo em geral na direção sul a partir do marco da característica chamada de “Jocko Butte” até um contato geológico na seção oriental da área “Logan Pass“.
As rotas até este local de contato exigiriam um percurso através de encostas mais íngremes do que o Curiosity já tinha percorrido até então e o veículo já tinha sofrido deslizamento paralelo em um declive desta área.
Roumeliotis disse:
Nós decidimos voltar até Jocko Butte e paralelamente trabalhar com os cientistas para identificar vias alternativas.
A equipe passou alguns dias analisando imagens do veículo Curiosity e da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) para escolher a melhor rota para os objetivos de curto e longo prazo.
Ashwin Vasavada, cientista da missão Curiosity no JPL, esclareceu:
Um fator que a equipe científica considera é o tempo necessário para alcançar um alvo em particular, quando existem muitos outros em frente. Nós usamos observações da MRO para identificar um local alternativo a fim de investigar o contato geológico na área de Logan Pass. É apaixonante conduzir o veículo monte acima até um local que apenas vimos em imagens de satélite e depois, de repente, encontrá-lo à nossa frente.
O Curiosity tem explorado Marte desde 2012. O veículo exploratório alcançou a base do Monte Sharp no ano passado depois de investigar produtivamente afloramentos mais próximos do seu local de pouso para, em seguida, se dirigir para a montanha. O objetivo principal da missão é agora examinar camadas geológicas sucessivamente mais altas do Monte Sharp.
Fonte
NASA: NASA’s Curiosity Rover Adjusts Route Up Martian Mountain
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