Hubble observa a estrela Nasty

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A estrela NaSt1 é estranha, tão estranha que os astrónomos a apelidaram de Nasty 1 (Má/Perversa).
Observações com o Telescópio Espacial Hubble permitem perceber que é uma estrela Wolf-Rayet (WR), ou seja, uma estrela maciça que cresce rapidamente e que também envelhece rapidamente. No entanto Nasty 1 não é uma WR típica, já que contém um enorme e jovem disco achatado de gás a orbitar a estrela, que talvez tenha formado uma estrela companheira invisível.

John Mauerhan, da Universidade da Califórnia em Berkeley, líder da investigação, disse: “Ficamos entusiasmados por ver essa estrutura em forma de disco, porque pode ser uma evidência de uma estrela binária, sendo que uma das estrelas é Wolf-Rayet (que perdeu o envelope de hidrogénio, expondo um núcleo de hélio). São raros os exemplos desse processo, porque essa fase da estrela dura somente 100 mil anos, enquanto a fase de disco dura menos de 10 mil anos.”

Nathan Smith, da Universidade do Arizona, co-autor do artigo disse: “Parece que a troca de massa em sistemas binários será a maior responsável pelas estrelas Wolf-Rayet e pelas supernovas que elas geram. Observarmos estrelas binárias nessa curta fase da vida ajudará-nos-à a compreender melhor esse processo.”

O que provavelmente se passará no caso da Nasty 1, é que além dela ser uma maciça estrela Wolf-Rayet, está passando por um curta fase da vida (perto da sua “morte”), em que tem uma companheira que lhe está a retirar massa, e parte dessa massa está a ser “perdida” entre as duas estrelas, formando um disco.
É também possível que a Nasty 1 esteja a expelir material esporadicamente, de forma menos violenta que por exemplo a Eta Carinae.

É difícil ter uma melhor compreensão do que está a acontecer, porque o processo de transferência de massa está a criar um sistema com muito gás e poeira.
Quando a estrela Wolf-Rayet esgotar o seu material, o disco dissipar-se-à e teremos uma visão nítida do sistema binário.

John Mauerhan: “Não se sabe qual será a evolução do sistema, mas não será chato. A Nasty 1 poderá se tornar noutra Eta Carinae. Poderá existir uma explosão de supernova. Poderá até haver uma fusão das duas estrelas, dependendo da evolução orbital do sistema. O futuro é muito incerto, porque depende se irá existir uma explosão, durante quanto tempo existirá a transferência de massa e durante quanto tempo a estrela viverá após a transferência de massa cessar.”

Leiam na NASA e no HubbleSite.

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