Under the Dome (Domo / Prisão Invisível) é uma série que, tal como a série Extant, tinha tudo para ser espectacular devido à sua premissa inicial.
Under the Dome segue a história dos moradores da pequena povoação de Chester’s Mill. Num certo dia, do céu surge uma enorme, transparente e indestrutível redoma/cúpula que separa Chester’s Mill do resto do mundo. Não se sabe a constituição da redoma, nem como apareceu, porque apareceu ou quem a enviou. O facto é que essa redoma bloqueia tudo, incluindo voz, telefone, sinais de telemóvel, televisão, rádio e internet. Os habitantes ficam totalmente isolados do resto do planeta. Têm então que se unir ou tentar resolver as suas diferenças, de modo a coordenarem os recursos, manterem a ordem, extinguirem as tensões, etc. O objetivo passa a ser a sobrevivência. Têm também de tentar compreender a barreira e lutar contra ela, de modo a ficarem livres de novo.
Ao contrário de Extant, Under the Dome é muito slow-paced.
Além disso, a série centra-se totalmente nas histórias das pessoas dentro da redoma. Torna-se chato, porque não se sabe nada do que “cá fora” se está a passar. Além disso, ao não existir qualquer história cá de fora, todo o potencial científico que a série poderia ter (de estudar a redoma), perdeu-se.
Existem demasiadas histórias em simultâneo, que se tornam muito complicadas de seguir.
Além disso, não há consistência nas personagens: o Junior, por exemplo, está sempre a mudar de personalidade e intenções. Os personagens tornam-se demasiado dispersos.
Dentro da redoma há muitas mortes, sobretudo da parte do maior manipulador da povoação, que engana quase toda a gente. Ele também mata a cientista residente na população.
No início, parecia que a redoma tinha sido construída ou por extraterrestres ou pelos militares. À medida que a série foi progredindo percebeu-se que os militares também não sabem do que se trata. Por isso, sobra a hipótese extraterrestre, que é a única razão para eu continuar a ver a série.
É verdade que a partir do meio da segunda temporada, a série também inclui buracos de verme (num penhasco e numa porta vermelha), passagens no tempo e no espaço, mas a ciência (tal como para a redoma) não foi aflorada.
Por outro lado existe uma tensão interessante entre ciência e religião. A professora de ciências da pequena cidade tornou-se médica, bióloga, etc, e confia somente nas evidências. Já a redoma é tratada pela população como se fosse uma divindade (interpretam “o que a redoma quer”, a “redoma protege as pessoas”, etc).
Uma parte interessante da série foi quando a redoma ficou magnetizada e começou a puxar armas, ferros, pregos, etc. Curioso que não puxou anéis, pulseiras, colares, etc…
Uma coisa que não faz qualquer sentido na série é que, a meio da primeira temporada, apareceram inúmeras personagens novas dentro da redoma: Maxine e dezenas de homens para casas de jogo. Supostamente a redoma isola a pequena povoação, toda a gente se conhece, ninguém está escondido, e a meio da primeira temporada várias personagens novas aparecem “do nada”. Não faz qualquer sentido.
O mesmo acontece no início da segunda temporada, com o aparecimento de Rebecca, por exemplo, que supostamente passou toda a primeira temporada a estudar a redoma, apesar de que nunca ninguém a viu.
Resumindo: a série tinha imenso potencial, e vale a pena ver os primeiros 5 episódios. Depois disso, é um desastre. E isso vê-se na audiência: começou com 14 milhões e está agora em 7 milhões de pessoas: metade das pessoas deixaram de ver esta série que se tornou demasiado aparvalhada.
2 comentários
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O 1º episódio da 3ª season acabou agora e foi bastante… Matrix 😛
Concordo inteiramente.
Vi o início da série (1ª) com bastante entusiasmo. No entanto, fui perdendo o interesse e já não assisti aos ultimos episódios.
A segunda série, até hoje, estava remetida ao esquecimento.