Exoplanetas terrestres com órbitas circulares

O sistema planetário de Kepler-444

O sistema planetário de Kepler-444

Durante muito tempo pensávamos que éramos uma raridade no Universo: seríamos o único sistema planetário.
Quando se descobriram os primeiros exoplanetas, percebemos que afinal somos só mais alguns: não somos especiais.
E o pensamento passou a ser: os exoplanetas devem ter órbitas circulares, como têm os planetas do sistema solar.
Mas à medida que fomos descobrindo mais exoplanetas, voltaram os sentimentos de raridade: o nosso sistema planetário era diferente do que aqueles que estávamos a descobrir, que contém planetas maciços perto do Sol, em que os exoplanetas têm órbitas excêntricas, etc. O nosso sistema solar parece ter atributos que o tornam raro no Universo, nomeadamente órbitas quase circulares.

Agora, uma nova investigação permitiu perceber que provavelmente não somos especiais, mas seremos sim vulgares, pelo menos no que diz respeito a planetas pequenos como a Terra.

Uma equipa internacional de astrónomos analisou indirectamente a órbita de 74 exoplanetas aproximadamente do tamanho da Terra, que orbitam 28 estrelas, e descobriu que na sua maioria as suas órbitas são praticamente circulares – o que contrasta com as órbitas mais excêntricas de planetas maciços com órbitas perto das suas estrelas. Sendo assim, planetas terrestres com órbitas circulares poderão ser comuns na Galáxia e no Universo.

Os investigadores interpretam esta descoberta como favorável à habitabilidade desses exoplanetas, já que planetas rochosos com órbitas quase circulares terão um clima mais estável do que se as suas órbitas fossem mais excêntricas (demasiada oscilação climática provoca mais desafios à estabilidade da vida).

Claro que a amostra de planetas ainda é bastante pequena (tendo em conta que devem existir milhões de planetas na Galáxia), mas esta investigação é já o primeiro passo para saber se as órbitas circulares em planetas terrestres são uma tendência universal ou não.
Além disso, a interpretação para a habitabilidade é especulação, evidentemente, tendo em conta somente o que conhecemos da Terra, mas é ainda assim especulação com base no conhecimento que temos da vida.

Leiam os comunicados de imprensa, aqui e aqui, e o artigo científico.

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