Descobertos tubos de plasma no interior da magnetosfera que envolve a Terra

Ilustração Artística dos tubos de plasma na magnestofera da Terra, 600 quilómetros acima da superfície terrestre.  Crédito: CAASTRO/Mats Bjorkland

Ilustração Artística dos tubos de plasma na magnetosfera da Terra, 600 quilómetros acima da superfície terrestre. Crédito: CAASTRO/Mats Bjorkland

Uma equipa de astrónomos da Universidade de Sidney, Austrália, utilizaram de forma criativa um rádio-telescópio para “verem” em 3D. Isto permitiu a detecção de estruturas tubulares de plasma nos níveis interiores da magnetosfera que envolve o planeta Terra.

“Durante 60 anos, os cientistas pensavam que estas estruturas existiam mas só foi possível detectá-las agora, com evidência visual”, disse Cleo Loi, investigadora-principal deste estudo, que faz parte do ARC Centre of Excellence for All-sky Astrophysics (CAASTRO) e da School of Physics at the University of Sydney. Este estudo é a conclusão da sua fabulosa tese de licenciatura.

Ela também explica que: “Esta descoberta é importante porque estas estruturas podem causar distorções de sinais e afectar, por exemplo, os sistemas de navegação quer militares quer civis. Por isso, convém que estudemos estas estruturas.”

A magnetosfera é uma região do espaço à-volta da Terra que, como o próprio nome indica, é ocupada pelo campo magnético terrestre. Esta região está cheia de plasma, devido à atmosfera ser ionizada pela luz solar.
A parte mais interior da magnetosfera é conhecida como ionosfera, sendo a região logo acima conhecida como plasmasfera. Elas contém estruturas de plasma de diferentes formas, incluindo as formas tubulares agora reveladas, que existem a cerca de 600 quilómetros acima do solo, na parte de cima da ionosfera até à plasmasfera.

Cleo Loi e a sua equipa utilizaram o rádio-telescópio Murchison Widefield Array (MWA) – com 128 antenas – para mapear partes do céu, e criarem um pequeno filme que mostra o movimento do plasma.

Cleo Loi – na verdade o nome real dela é Shyeh Tjing Loi – explica que viu um padrão alinhado com as linhas do campo magnético terrestre, como se fossem auroras. Parece existir um padrão de ionização da ionosfera, produzindo estruturas tubulares alinhadas com o campo magnético da Terra.

A descoberta de Loi é impressionante, por isso, como sempre em ciência, os seus orientadores foram cépticos. No entanto, ela conseguiu convencê-los da validade da sua descoberta. Agora que a descoberta foi publicada para todos lerem (artigo científico), então certamente que irá existir uma avaliação desta descoberta por parte de outras equipas de astrónomos. De qualquer modo, desde já, é uma descoberta excelente serem “vistos” tubos de plasma gigantes no nosso céu (ao nível das “tempestades de anti-matéria” e do “triângulo das bermudas brasileiro“).

Leia mais, em inglês, aqui e o comunicado de imprensa.

Vejam a explicação em vídeo:

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