Usando a visão em infravermelho do telescópio espacial de Hubble, os astrônomos revelaram as origens anteriormente ocultas dos quasares, os objetos mais brilhantes do Universo. Um novo estudo descobriu que os quasares efetivamente surgem quando as galáxias colidem entre si e sua matéria alimenta os supermassivos buracos negros centrais.
Megan Urry, professora de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Yale, coautora do estudo publicado em 18 de junho de 2015 no The Astrophysical Journal, explicou:
As imagens do Hubble confirmam que os quasares mais luminosos do universo são resultados de fusões violentas entre galáxias, cuja matéria alimenta o crescimento do buraco negro central supermassivo, o qual, por sua vez, transforma e modela a morfologia das galáxias hospedeiras.
Estas galáxias fundidas serão também os locais das futuras fusões de seus buracos negros, fenômenos que esperamos que um dia sejam visíveis a partir de observatórios com sensores de ondas gravitacionais.
Os quasares emitem uma luz tão brilhante com uma luminosidade que pode equivaler à de um trilhão de estrelas. Ao longo das últimas duas décadas, os pesquisadores concluíram que a energia dos quasares tem origem nos buracos negros supermassivos no interior dos núcleos das galáxias distantes.
Mas, onde é que os buracos negros supermassivos obtêm seu energético combustível?
Os astrofísicos anteriormente julgavam que essa energia poderia vir a partir da fusão de duas galáxias. O novo estudo confirma esta hipótese usando a sensibilidade do Hubble em comprimentos de onda do infravermelho próximo para ver no passado do Universo o intenso brilho dos quasares, hospedados pelas suas galáxias anfitriãs.
Eilat Glikman (PHD de Yale), membro do Middlebury College, Vermont, principal autor do estudo, explicou:
As observações via Hubble nos informam que o pico de atividade dos quasares no início do Universo é impulsionado por galáxias em colisão que, em seguida, se fundiram. Estamos vendo os quasares em sua ‘adolescência’, quando eles estão crescendo rapidamente, de forma violenta e caótica.
Glikman decidiu procurar pelos “quasares avermelhados pela poeira” em várias pesquisas de rastreamento de todo o céu nos espectros do infravermelho e do rádio, fornecidas por telescópios terrestres. Os quasares se apresentam envoltos em poeira, que obscurece a sua luz visível, mas que deixa passar o infravermelho e o rádio.
Usando a câmera WFC3 (Wide Field Camera 3) do Hubble, Glikman e seu time investigaram 11 desses quasares no pico da era de formação estelar do Universo, há 12 bilhões de anos.
Glikman afirmou:
As novas imagens capturam a fase de transição onde ocorreu a remoção da poeira cósmica dentro do cenário orientado a fusão dos buracos negros. As imagens do Hubble são tanto belíssimas quanto descritivas.
Fonte
Phys.org: Galactic crashes fuel quasars, study finds
Artigo Científico
Major Mergers Host the Most Luminous Red Quasars at z ~ 2: A Hubble Space Telescope WFC3/IR Study
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