Tempos atrás, formulavam-se várias hipóteses na tentativa para explicar diversos “mistérios.”
No que tange à sumiços aparentemente inexplicáveis ou fenômenos sobrenaturais envolvendo aviões, acreditava-se que, por detrás destes, existiam portais dimensionais, UFOs sequestradores de aviões, possível sequestro de pilotos por extraterrestres, etc. O fatídico vôo da Malaysia Airlines – um Boeing 777, de prefixo MH370 -, em 8 de março de 2014, já é considerado – por especialistas da aviação – como “um mistério sem precedentes.” Entretanto, quando se lê sobre este caso, através dos meios de comunicação – principalmente os sensacionalistas, retirando-se as hipóteses contundentes de ação deliberada de algum membro da tripulação, atentado terrorista ou abatimento da aeronave por algum país [1] [2] -, nota-se que, a bem da verdade, nada ou pouca coisa mudou com o passar do tempo.
Contudo, mais uma vez, a Ciência entra em campo: uma equipe interdisciplinar liderada pelo matemático taiwanês Goong Chen, da Texas A&M University e da Texas A&M University at Qatar propõe uma solução favorável ao mistério dos destroços do vôo MH370 nunca terem sido encontrados.
Na madrugada da data referida, o Boeing, com 239 pessoas a bordo, de propriedade da companhia asiática Malaysia Airlines, partiu da capital, Kuala Lumpur, rumo à Pequim, o qual nunca chegou ao seu destino.
Segundo consta nas informações repassadas à imprensa, o último contato entre os pilotos e os controladores de vôo da Malásia ocorreu 38 minutos após a decolagem – houve recomendações técnicas aos pilotos, que estavam no limite do espaço aéreo do país -, a contactarem o controle de tráfego aéreo do Vietnã.
Porém, tal contato, efetivamente, nunca veio a ocorrer e seus destroços jamais foram encontrados.
Um artigo publicado no periódico trimestral da American Mathematical Society intitulado Malaysia Airlines Flight MH370: Water Entry of an Airliner traz nova luz ao mistério da inexistência dos destroços do vôo MH370. Inicialmente, Chen e colaboradores elaboraram 5 casos, variando o ângulo de inclinação e ângulo de aproximação. De posse destes cenários, a equipe de cientistas realizou várias simulações, em software, no qual analisaram a distribuição de pressão e de malha obtidas graficamente, constantes no artigo.
Os dados de simulação para o fluxo de fluido e a solução numérica foram alimentados com os parâmetros da pressão atmosférica, limite inferior de pressão, viscosidade cinemática da água, viscosidade cinemática de ar, tensão superficial do sistema fluido-fluido, densidade da água, compressibilidade da água e do ar, constantes termodinâmicas e velocidade inicial da aeronave em relação à água.
A equipe de pesquisadores concluiu que o cenário mais próximo do que poderia ter realmente ocorrido com o Boeing 777 foi o “mergulho” com ângulo de inclinação – 90° (ângulo de aproximação: 93°) com o Oceano Índico. De acordo com o cientista, um choque com um ângulo de 90° promove menor momento de flexão, o que pode ter feito com que partes da fuselagem destruídas no momento do impacto terem sido arrastadas até o fundo do oceano.
Uma vez que tenha ocorrido o cenário acima, componentes leves do Boeing, tais como as almofadas dos assentos e os pertences pessoais, não seriam capazes de flutuarem até a superfície.
Entre os investigadores, sabe-se que acidentes com aeronaves envolvem uma série de fatores. Contudo, a Engenharia, a Matemática, a Física e a Química sempre buscam compreender os mecanismos físicos com o objetivo de melhorar a resistência dos choques provocados em desastres como este, aumentando as chances de sobrevivência.
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