No ano passado, a Universidade de Columbia recebeu uma tese de doutorado num formato bastante inusitado: era uma história em quadrinhos.
A tese é do educador Nick Sousanis e trata da importância do pensamento visual no ensino e a relação entre palavras e imagens na cultura ocidental. A HQ, intitulada “Unflattening” (algo como “desachatando”, numa tradução totalmente livre), é muito interessante e traz aquele já velho dilema: A formatação de um trabalho acadêmico é tão importante quanto o método usado? Até porque é fácil fazer uma história em quadrinhos quando o tema é relacionado a comunicação. Agora relatar uma descoberta científica relacionada a área de exatas, ou a neurociência, por exemplo, pode ser um pouco mais difícil nesse formato, hehehehe.
Brincadeiras à parte, é interessante que o autor tenha incorporado a própria mídia como parte de sua tese, que envolve a relação entre imagens e textos (exatamente a base do que faz uma história em quadrinhos ser diferente de outras mídias, como cinema ou literatura). E dá o que pensar sobre como poderíamos apresentar trabalhos que não envolvesse o tradicional formato engessado de um trabalho acadêmico. Imagina uma pesquisa científica filmada desde o começo em todas as etapas e apresentada como um documentário? Ou apresentada como um podcast em áudio, com as fontes citadas no final? Ou com algum tipo de dramatização?
Particularmente, acredito que ciência se faz com o método científico, um é indissociável do outro. No entanto, a apresentação dos resultados de uma pesquisa, mantendo-se alguns aspectos para fins da credibilidade e confiabilidade da pesquisa (descrição dos métodos, as referências, etc), talvez pudesse ter a liberdade de contar ao menos um pouco mais de criatividade, especialmente se esta criatividade ajudar a aprofundar a própria pesquisa em questão (como é o caso de como o formato história em quadrinhos contribuiu para reforçar o próprio trabalho apresentado)
Confira algumas páginas da HQ/Tese e um vídeo explicando sobre essa ideia (em inglês) e tirem suas conclusões:
Fontes:
B9
Open Culture
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Quanto a este aspecto:
No entanto, a apresentação dos resultados de uma pesquisa, mantendo-se alguns aspectos para fins da credibilidade e confiabilidade da pesquisa (descrição dos métodos, as referências, etc), talvez pudesse ter a liberdade de contar ao menos um pouco mais de criatividade, especialmente se esta criatividade ajudar a aprofundar a própria pesquisa em questão (como é o caso de como o formato história em quadrinhos contribuiu para reforçar o próprio trabalho apresentado)…
Em particular esta parte:
…talvez pudesse ter a liberdade de contar ao menos um pouco mais de criatividade…
Sugiro este link:
Inovação aberta à comunidade resolve problemas da NASA
http://www.rtp.pt/noticias/mundo/inovacao-aberta-a-comunidade-resolve-problemas-da-nasa_n845050#sthash.gCSgyEVW.dpuf
[…] De todo o modo, parece que a Veronica Berns não é caso único: pelos vistos, já se escrevem teses em BD: […]