Plutão visto pela sonda Rosetta, a 12 de julho de 2015, a uma distância de mais de 5 mil milhões de quilómetros. Esquerda: imagem não processada obscurecida com grãos de poeira provenientes do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Direita: imagem processada com a localização de Plutão evidenciada com um círculo azul.
Crédito: ESA/Rosetta/MPS para a equipa OSIRIS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA.
Não foi só a New Horizons a espreitar Plutão nestes últimos dias. No passado domingo, a sonda europeia Rosetta desviou por instantes a sua atenção do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para captar esta fabulosa imagem do planeta anão envolto numa tempestade de partículas de gelo e poeira cometária!
A imagem é o resultado de mais de 3 horas de exposição e de um intenso trabalho de processamento para detetar o brilho débil de Plutão. “O OSIRIS não é um telescópio, mas sim um sistema de imagem concebido para estudar o cometa a curta distância”, disse Holger Sierks, um dos membros da equipa científica da missão Rosetta.
O cometa encontra-se a apenas algumas semanas de atingir o periélio da sua órbita, pelo que a atividade na sua superfície é agora particularmente intensa, o que dificultou ainda mais a observação de Plutão. “O cometa 67P e a Rosetta estão agora rodeados por uma densa atmosfera de gás e poeira”, explicou Dennis Bodewits, um dos membros da equipa responsável pelo sistema de imagem OSIRIS. “É como espreitar Plutão através de um nevão.”
Esta observação é particularmente simbólica, uma vez que tanto Plutão como o cometa 67P nasceram na remota Cintura de Kuiper. 67P migrou no passado em direção ao Sistema Solar interior e é agora um cometa da família de Júpiter – objetos cujas órbitas são controladas pela influência gravitacional de Júpiter.
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