Primeiro Mapa Global de Ceres

O vídeo que se segue mostra o primeiro mapa topográfico global de Ceres, criado pela equipa da missão Dawn com base nos dados recolhidos pela sonda nos primeiros 5 meses em órbita do planeta anão. A sonda passou este período em duas órbitas polares de mapeamento, respectivamente a 13500 e 4400 quilómetros da superfície (órbitas designadas por RC3 e Survey, ver mais abaixo). As regiões de maior altitude estão representadas a castanho, diminuindo progressivamente para o vermelho, amarelo, verde, azul e roxo, este último identificando as regiões mais baixas. Algumas crateras em Ceres atingem 6 quilómetros de profundidade ao passo que algumas montanhas atingem altitudes de 5 quilómetros. As regiões a branco marcam a ocorrência das famosas manchas brancas.

[Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA]

Os cientistas notam a semelhança entre a topografia de Ceres e as de Dione e de Tétis, duas luas de Saturno com dimensões e densidades semelhantes. É por isso muito provável que, tal como as luas de Saturno referidas, Ceres tenha uma crusta muito rica em gelo. Afloramentos deste material na superfície poderiam explicar a existência das misteriosas manchas brancas visíveis em vários pontos da superfície, e.g., na cratera Occator. Ainda antes da Dawn iniciar a sua missão em Ceres, sabia-se que 25% da massa do planeta anão teria de existir sob a forma de gelo (de água, o mais comum). Agora, a análise comparativa da sua topografia veio reforçar esta ideia.

Alguns dos nomes oficiais atribuídos a crateras em Ceres. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

Alguns dos nomes oficiais atribuídos a crateras em Ceres. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

Associado a este mapeamento global, as várias estruturas geológicas estão agora a receber nomes oficiais. Em particular, as suas crateras receberam nomes de divindades associadas à agricultura provenientes de diferentes mitologias. Occator, por exemplo, a cratera onde se encontram as maiores manchas brancas de Ceres, tem o nome de um deus romano, ajudante da deusa da agricultura, responsável por alisar a terra lavrada.

As órbitas de mapeamento da sonda Dawn em torno de Ceres. Nos últimos 5 meses a sonda observou Ceres a partir das órbitas RC3 e Survey. Agora, move-se para a órbita HAMO. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

As órbitas de mapeamento da sonda Dawn em torno de Ceres. Nos últimos 5 meses a sonda observou Ceres a partir das órbitas RC3 e Survey. Agora, move-se para a órbita HAMO. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

A sonda Dawn está neste momento a efectuar manobras com o objectivo de baixar a altitude da sua órbita para 1450 quilómetros, entrando em meados de Agosto na sua terceira órbita de mapeamento, designada por HAMO. Esta órbita permitirá a obtenção de imagens de maior resolução e o estudo detalhado da composição superficial com o espectrómetro de infravermelho a bordo.

(Fonte: NASA)

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