Algumas imagens são tão poderosas que nos deixam sem adjectivos, pasmados, tentando compreender o que há nelas que nos toca tão fundo. O efeito é ainda mais notável quando retratam objectos que vemos amiúde, sem novidade. Aconteceu-me quando vi esta imagem fabulosa da Galáxia de Andrómeda e das suas satélites mais chegadas, Messier 32, ao centro à esquerda, e Messier 110, ligeiramente abaixo do centro e à direita. Ao contrário do que se possa pensar, não foi preciso um grande telescópio para conseguir este resultado, mas sim muita paciência e arte.
David Lane, um astrónomo amador nos Estados Unidos, utilizou um William Optics GT81 (um pequeno telescópio refractor de qualidade com uma objectiva de apenas 81mm) acoplado a uma câmara CCD STL-11000 (uma câmara refrigerada, muito sensível, de 11 mega-píxeis e formato 35mm) para obter dezenas de imagens da galáxia — um total de 37 horas de exposição! — ao longo de várias noites. As imagens individuais foram então enviadas para J-P Metsavainio, um astrónomo amador finlandês e mago do processamento de imagem, que as trabalhou com grande mestria para obter este soberbo resultado final.
A Galáxia de Andrómeda é a galáxia espiral mais próxima da Via Láctea, situada a cerca de 2.5 milhões de anos-luz. Mesmo a esta distância imensa, é facilmente visível no céu nocturno como uma mancha alongada e difusa na constelação homónima. O seu diâmetro é de 220 mil anos-luz, mais do dobro dos 100 mil anos-luz da Via Láctea.
(Fonte: J-P Metsavainio)
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