No dia 24 de Janeiro de 1986, a sonda Voyager 2, da NASA, fazia a sua maior aproximação ao planeta Urano, a primeira, e até agora única vez, que uma sonda interplanetária visitou este gigante do Sistema Solar. Era a terceira etapa na sua viagem — lançada em 1977, a sonda tinha já passado por Júpiter, em 1979, e Saturno, em 1981.
Muito do que sabemos sobre Urano e a sua família de luas é ainda resultado de observações realizadas com os instrumentos da Voyager 2. Apesar da tecnologia da altura poder parecer-nos obsoleta, a sonda (e a sua irmã, a Voyager 1) revelou-se extraordinariamente resiliente; actualmente a cerca de 16 mil e 500 milhões de quilómetros da Terra, a Voyager 2 continua a enviar dados apesar dos quase 40 anos de viagem num ambiente extremo como o espaço interplanetário.
Naquele Janeiro longínquo, a Voyager 2 deu-nos um novo mundo, transformando um pequeno disco, quase sem detalhes, num belo planeta água-marinha rodeado de um sistema de anéis (descobertos a partir da Terra em 1977 durante uma ocultação) e uma colecção de 27 luas (22 descobertas pela sonda) algumas delas com características extraordinárias que sugerem actividade geológica muito recente.
Depois de todos estes anos, parece que Urano volta a estar no topo das prioridades da NASA para uma nova missão, desta feita uma sonda orbital provavelmente na linha da Galileu (que estudou o sistema joviano entre 1995 e 2003) e da Cassini (que se encontra em órbita de Saturno desde 2004). O lançamento não acontecerá, no entanto, e na melhor das hipóteses, antes de 2030. Até lá fiquem com estas imagens…
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