Divulgados primeiros resultados da campanha de observação do cometa P/2016 BA14 (PanSTARRS)

cometa_P2016BA14_Goldstone_230316Imagens de radar do cometa P/2016 BA14 (PanSTARRS), obtidas a 23 de março de 2016, pelas antenas do observatório de Goldstone, nos Estados Unidos. Na altura, o cometa encontrava-se a aproximadamente 3,6 milhões de quilómetros de distância da Terra.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/GSSR.

Na passada terça-feira, o cometa P/2016 BA14 (PanSTARRS) sobrevoou a Terra a uma distância de apenas 3,5 milhões de quilómetros. Este foi o terceiro encontro mais próximo de um cometa com o nosso planeta de que há memória, pelo que os astrónomos prepararam-se diligentemente para acompanharem o melhor possível todos os momentos deste evento histórico.

Cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, nos Estados Unidos, usaram as antenas do observatório de Goldstone para determinarem com precisão o diâmetro e o período de rotação do núcleo do cometa. As imagens de radar obtidas entre 21 e 23 de março sugerem que P/2016 BA14 tem aproximadamente 1 km de diâmetro e completa uma rotação em torno do seu eixo a cada 35 a 40 horas.

“Fomos capazes de obter imagens de radar muito detalhadas do núcleo do cometa, durante as três noites junto ao período de maior aproximação”, afirmou Shantanu Naidu, um pós-doutorando do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA que trabalha com a equipa do radar de Goldstone e que liderou as observações durante a passagem do cometa. “Pudemos observar estruturas na superfície com dimensões de 8 metros por píxel.

 

“As imagens de radar mostram que o cometa tem uma forma irregular, semelhante a um tijolo de um lado e a uma pêra do outro”, disse Naidu. “Podemos ver umas quantas assinaturas relacionadas com estruturas topográficas, tais como: grandes regiões planas, pequenas concavidades e cristas na superfície do núcleo.”

No Hawaii, a equipa liderada por Vishnu Reddy, do Instituto de Ciência Planetária, nos Estados Unidos, acompanhou este encontro usando o telescópio do observatório Infrared Telescope Facility (IRTF) da NASA, localizado no topo do vulcão Mauna Kea. Os espetros de infravermelho recolhidos indicam que o cometa reflete menos de 3% da luz solar incidente na sua superfície, um valor ligeiramente inferior ao da percentagem de luz refletida pelo asfalto usado na pavimentação de ruas e estradas.

“Medimos as propriedades térmicas e espetrais do cometa, usando o IRTF da NASA, e descobrimos que o cometa reflete 2 a 3% da luz que incide sobre ele”, explicou Reddy. “Isto é [um valor] típico para um cometa.” Baseado nas suas propriedades refletivas, Reddy estima que o cometa tenha entre 600 e 1200 metros de diâmetro. Este intervalo está em concordância com as dimensões calculadas a partir das imagens de radar obtidas em Goldstone.

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