Fraturas radiais na superfície de Plutão. Imagem obtida pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015 (resolução aproximada: 680 metros por píxel).
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute.
Cientistas da missão New Horizons identificaram uma estranha formação geológica na superfície de Plutão morfologicamente semelhante a uma gigantesca aranha. Imagens obtidas pela sonda da NASA no passado mês de julho mostram o que parece ser um conjunto de 6 fraturas que irradiam de um ponto central, na região a norte de Tartarus Dorsa.
“O padrão formado por estas fraturas difere de tudo aquilo que vimos até agora no Sistema Solar exterior”, disse Oliver White, membro da equipa de geologia da missão New Horizons. “[Isto] mostra, mais uma vez, que onde quer que olhemos para Plutão, vemos sempre algo diferente.”
Localização da aranha no extremo leste do hemisfério observado pela sonda New Horizons durante o seu encontro com Plutão, a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute.
A fratura mais comprida, denominada informalmente Sleipnir Fossa, tem mais de 580 km de comprimento e estende-se de nordeste para sudoeste, desde o centro da “aranha” até aos terrenos cultriformes de Tartarus Dorsa. A norte e a oeste, as fraturas rasgam as planícies das altas latitudes do hemisfério norte, terminando abruptamente nos terrenos a sul e a leste da cratera Hollis. Curiosamente, todas expõem depósitos avermelhados das camadas subsuperficiais de Plutão.
Estas não são as primeiras formações desta natureza detetadas na superfície do planeta anão. Imagens da região a norte de Cthulhu Regio mostram claramente uma série de fraturas paralelas com cerca de 2 km de profundidade, que os cientistas pensam terem sido criadas pela expansão global da crusta de gelo de Plutão.
As estruturas que compõem a aranha desenham, no entanto, um padrão distintamente radial, comparável ao dos “centros radialmente fraturados” observados na superfície de Vénus e no interior da bacia de Caloris, em Mercúrio, pelo que é provável que devam a sua formação a um foco de stress localizado, gerado, por exemplo, por materiais em ascensão no interior da crusta plutoniana.
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