O planeta vermelho visto pelo telescópio espacial Hubble, a 12 de maio de 2016.
Crédito: NASA/ESA/Hubble Heritage Team (STScI/AURA)/J. Bell (ASU) e M. Wolff (Space Science Institute).
Esta magnífica imagem de Marte foi obtida na semana passada pelo telescópio espacial Hubble, quando o planeta se encontrava a cerca de 80 milhões de quilómetros de distância da Terra, e revela uma série de estruturas geológicas proeminentes na superfície do planeta, desde pequenos canais criados pela ação erosiva de antigas inundações catastróficas a gigantescos edifícios vulcânicos e bacias de impacto.
No extremo direito da imagem podemos ver os terrenos escuros de Syrtis Major Planum parcialmente ocultados por uma fina cobertura de nuvens vespertinas. Esta estrutura foi uma das primeiras formações geológicas a serem identificadas na superfície marciana pelos astrónomos do século XVII. Dados obtidos pela sonda Mars Global Surveyor mostram que Syrtis Major é um antigo vulcão em escudo com cerca de 1100 km de diâmetro e uma altitude máxima de pouco mais de 500 metros. A grande estrutura oval visível a sul é Hellas Planitia, uma gigantesca bacia formada pelo impacto de um asteroide há 3,5 mil milhões de anos. Com cerca de 1800 km de diâmetro e uma profundidade máxima de 8 km, Hellas é uma das maiores estruturas de impacto do Sistema Solar.
Imagem de cima com formações atmosféricas e algumas das estruturas geológicas mais proeminentes identificadas.
Crédito: NASA/ESA/Hubble Heritage Team (STScI/AURA)/J. Bell (ASU) e M. Wolff (Space Science Institute)/adaptado por Sérgio Paulino.
O centro da imagem é dominado por um vasto planalto alaranjado denominado Arabia Terra. A paisagem desta região encontra-se densamente povoada por crateras parcialmente erodidas pelos ventos marcianos, o que sugere que esta é uma das regiões mais antigas de Marte. A sul de Arabia Terra podemos ver ainda os terrenos escuros de Sinus Meridiani (a oeste) e Sinus Sabaeus (a leste), duas áreas formadas por antigos fluxos de lava e cinzas vulcânicas.
Marte estará em oposição amanhã, 22 de Maio, pelas 12:10 (hora de Lisboa), pelo que esta noite será a mais favorável do ano para observar detalhes da sua superfície através de um telescópio.
O planeta poderá ser apreciado a olho nu durante toda a noite na direção da constelação do Escorpião.
A sua maior aproximação à Terra ocorrerá no dia 30 de maio, pelas 22:36 (hora de Lisboa), quando o planeta alcançar uma distância mínima de 75,28 milhões de quilómetros.
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