O Anel de Einstein das Canárias

Vasculhando os dados do Telescópio Victor Blanco do Cerro Tololo no Chile, astrônomos do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, descobriram um exemplar do raro fenômeno do Anel de Einstein.

Esse fenômeno é um caso especial das lentes gravitacionais, previstas por Einstein na sua Teoria da Relatividade, quando, todos os elementos envolvidos no fenômeno estão perfeitamente alinhados.

Devido à raridade desse fenômeno, duvidado de ser observado até mesmo por Einstein, a sua identificação é de suma importância para a astronomia, principalmente para se entender a linha evolutiva das galáxias.

Canarias-Einstein-Ring

As lentes gravitacionais são uma das previsões da teoria da relatividade de Albert Einstein: um objeto distante terá sua luz distorcida por um objeto de massa muito grande, que se encontra entre o objeto distante e o observador.

A primeira vez que isso foi provado foi num eclipse do Sol em 1919, que ajudou Einstein na sua teoria.

Com o passar do tempo e com a tecnologia se desenvolvendo, os astrônomos conseguiram identificar os aglomerados de galáxias, estruturas gigantescas no universo, que possuem uma força gravitacional capaz de distorcer a luz proveniente de galáxias muito distantes.
Na verdade esses aglomerados de galáxias, acabam ampliando a imagem dessas galáxias muito distantes, fazendo com que através de um efeito natural possamos enxergar o universo mais distante.

Se as lentes gravitacionais já não fossem espetaculares o bastante, existe um caso específico delas que é ainda mais surpreendente.
Quando todos os elementos envolvidos (o observador + o aglomerado de galáxias + a galáxia distante) estão perfeitamente alinhados, acontece o que se chama Anel de Einstein. Nesse caso, a galáxia mais distante cria um anel perfeito ao redor do aglomerado que a está ampliando.

Esse tipo de fenômeno é muito raro de ser observado. Tão raro, que o próprio Albert Einstein duvidou que um dia seria possível observá-lo.

Recentemente, quando os astrônomos vasculhavam as imagens de arquivo, obtidas pela Dark Energy Camera, montada no telescópio de 4 metros de diâmetro Victor Blanco no Observatório de Cerro Tololo no Chile, eles descobriram um Anel de Einstein quase perfeito.

Ele foi chamado de Anel de Einstein das Canárias: tem aproximadamente 300 graus de circunferência e um tamanho de 4.5 arcos de segundo, sendo maior do que a maioria dos anéis de Einstein já identificados, e fica localizado na direção da constelação do Escultor.

Como referi, as lentes gravitacionais são usadas para fazer com que possamos observar o universo cada vez mais distante.
Nesse caso, o aglomerado de galáxias que funcionou como lente está localizado a 6 bilhões de anos-luz de distância, enquanto que a galáxia que foi ampliada e tornou-se visível está localizada a 10 bilhões de anos-luz de distancia.

Devido à raridade desse fenômeno, é sempre incrível poder identificar um Anel de Einstein.
Além disso, quando detectado, esse tipo de fenômeno pode nos dar informações preciosas sobre a galáxia que funciona como lente, fazendo com que possamos entender cada vez melhor a evolução do universo e as suas propriedades de grande escala.

Fontes: Sci-news, Artigo Científico.

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