Avenida de anéis quebrados

Crédito: ESO / Perrot

Crédito: ESO / Perrot

Esta Fotografia da Semana ilustra as capacidades notáveis do SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet REsearch instrument), um instrumento que procura planetas montado no Very Large Telescope do ESO (VLT), no Chile. A imagem mostra uma série de anéis de poeira quebrados em torno de uma estrela próxima. Estes anéis concêntricos estão situados na região interior do disco de restos que rodeia a jovem estrela chamada HD 141569A e que se encontra a cerca de 370 anos-luz de distância da Terra.

Nesta imagem vemos o que é conhecido por um disco de transição, uma fase curta entre a fase protoplanetária, quando os planetas ainda não se formaram, e a fase seguinte quando estes já coalesceram, deixando o disco populado por apenas alguns restos — predominantemente poeirentos — que sobraram da formação planetária.

O que aqui vemos são as estruturas formadas por poeira, reveladas pela primeira vez nesta imagem infravermelha obtida pelo SPHERE — com uma resolução suficientemente elevada para capturar detalhes notáveis! A área que a imagem mostra tem um diâmetro de apenas 200 vezes a distância da Terra ao Sol.

Podemos ver várias estruturas, incluindo um anel brilhante e proeminente com bordas bem definidas — tão assimétrico que parece um meio-anel — nodos múltiplos, vários pequenos anéis concêntricos e uma estrutura semelhante a um braço em espiral. O facto destas estruturas serem assimétricas é bastante significativo, já que pode refletir uma distribuição desigual ou nodosa da poeira no disco, algo para o qual os astrónomos não têm atualmente uma explicação sólida. É possível que este efeito seja causado pela presença de planetas, mas até agora não foi encontrado neste sistema nenhum planeta com tamanho suficiente para dar origem a este fenómeno.

Este é um artigo do ESO, que pode ser lido aqui.

2 comentários

    • Reinaldo da Silva on 21/06/2016 at 20:04
    • Responder

    Professor poderia nesse caso ser um sistema de planetas de massas terrestres, já que teriam uma massa razoavelmente considerável, mas um tamanho muito difícil de serem detectados em razão da enorme distância?

    1. Sinceramente, não lhe sei responder Reinaldo. 😉

      Pelo texto do ESO, as informações que se têm sobre isso são muito escassas. Por isso, não se sabe sobre potenciais planetas, mesmo que sejam gigantes.

      abraços

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