Dia 4 de Julho está chegando e com ele cresce a expectativa sobre a chegada da missão Juno em Júpiter.
Um dos principais objetivos da missão é estudar o complexo e gigantesco campo magnético do gigante gasoso do Sistema Solar.
O campo magnético de Júpiter é gigantesco e condiz com a grandiosidade do planeta: ele se estende por cerca de 3 milhões de quilômetros no espaço. Se pudesse ser visto no céu noturno a partir da Terra, ele apareceria aproximadamente do tamanho da Lua Cheia no céu.
Estudar o campo magnético levará os cientistas a entenderem como ele é gerado e isso consequentemente levará os cientistas a entenderem como é formado o interior de Júpiter.
A Juno fará esse estudo graças a um par de magnetômetros, que permitirá que os cientistas mapeiem o campo magnético de Júpiter com uma precisão jamais conseguida até agora.
Os magnetômetros são como bússolas, mas além de registarem a direção do campo magnético, eles registam também a intensidade desse campo.
Na sonda Juno, os magnetômetros estão montados num dos painéis solares da sonda, o único painel solar que apresenta uma saliência. Essa saliência são os magnetômetros. Fica a cerca de 12 metros do corpo principal da sonda, o que garante que não haja interferência nas medidas.
Além disso, para manter o magnetômetro sempre alinhado, o que é importante, existem 4 câmeras que poderão medir a distorção dos sensores dos magnetômetros com referência às estrelas, para assim determinar com precisão a sua orientação.
Os cientistas irão assim mapear em 3 dimensões o espaço ao redor de Júpiter e tentar responder essa grande questão do Sistema Solar: como esse campo é gerado.
Os cientistas admitem que existem similaridades entre o campo magnético da Terra e o de Júpiter.
Os campos magnéticos são gerados por dínamos, que são movimentos convectivos de fluidos eletricamente condutores no interior do planeta. À medida que o planeta gira, o líquido eletricamente susceptível gera correntes elétricas, induzindo assim um campo magnético. O campo magnético da Terra é gerado pelo ferro líquido encontrado no núcleo do nosso planeta.
Mas em Júpiter não se sabe o que é responsável por esse dínamo: o que existe no seu interior? Um núcleo? Qual o tamanho, a massa, a composição? Todas essas são perguntas que a missão Juno irá tentar responder.
Entender como funciona o campo magnético de Júpiter, o seu dínamo, a sua dinâmica e a suas características, certamente nos ajudará também a entender melhor sobre como funciona o campo magnético da Terra e como é o dínamo no nosso planeta.
Toda vez que mandamos uma sonda explorar outro mundo, muitas das coisas que elas aprendem sobre planetas e objetos distantes, podem de alguma forma serem aplicadas para um melhor entendimento do nosso próprio planeta, e essa é uma das vantagens da exploração espacial.
Fonte: NASA
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