Cada um dos milhares de pontos desta nova imagem representa uma estrela distante e os buracos azuis brilhantes mostram-nos partes das nossas galáxias vizinhas, a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães.
Embora esta imagem pareça ter sido obtida por um telescópio de classe grande, na realidade foi capturada a partir do Observatório de La Silla com uma montagem portátil constituída por uma câmara CCD SBIG STL-11000M e uma lente Canon com distância focal fixa. Esta montagem foi descrita num artigo científico em paralelo com simulações de ponta, num exemplo de como uma pequena câmara, uma lente rápida, um longo tempo de exposição e um dos melhores locais para a observação astronómica podem revelar enormes estruturas ténues melhor do que um telescópio grande.
Esta imagem profunda foi capturada utilizando o método LRGB e mostra-nos o processo real da criação de belas astrofotografias. As pessoas que tentam fotografar o céu noturno deparam-se com muitos desafios, incluindo a interferência de outras fontes de luz e a necessidade de capturar objetos astronómicos com profundidade suficiente.
Tentar maximizar o sinal recebido do alvo, ao mesmo tempo que se minimiza a emissão de outras fontes — o chamado ruído — é um aspecto crucial da astrofotografia. A optimização do quociente sinal/ruído consegue-se mais facilmente a preto e branco do que a cores. Por isso, um dos truques normalmente utilizados para capturar imagens de alta qualidade consiste numa exposição que produz imagens monocromáticas muito detalhadas como a que aqui apresentamos. Os detalhes coloridos de imagens obtidas através de filtros de cor podem depois ser sobrepostos ou incorporados, como é o caso das Nuvens de Magalhães da imagem.
Este é um artigo do ESO, que pode ser lido aqui.
Últimos comentários