O movimento de Brown foi um dos trabalhos menos famosos e mais fantásticos de Albert Einstein, que o dividiu em 2 súmulas de significado descomunal.
No primeiro provou a existência dos átomos e das moléculas, retirando o tapete à então influente escola dos “Energistas,” que declaravam sem recorrerem à experimentação que tudo o que existia era “energia,” sem partículas, átomos ou moléculas que lhe dessem, literalmente, corpo material a essa manifestação do trabalho em acção.
Para mais, unificou a mecânica newtoniana à estatística, coisa que hoje parece de somenos porque a usamos todos os dias sem dar por isso. Por exemplo, na produção em larga escala de alimentos.
Na segunda parte, estabeleceu uma relação com a constante de Boltzmann, numa quadrupla igualdade que é um assomo de presença de espírito e de indução matemática simplesmente assombroso, pois quantificava os valores medianos das propriedades das partículas macro no seu desconcertante movimento aleatório.
O desenvolvimento destes trabalhos desaguou na atribuição do Prémio Nobel da Física a um colega, outro “detalhe” que será porventura justo realçar.
Ciente das limitações dos dispositivos e dos aparatos disponíveis no início do século 20, lançou um desafio a toda a comunidade científica: Tentem medir o movimento individual das partículas nestas condições, e vai ser impossível !
E foi, durante 105 anos assim foi. Ninguém logrou responder com sucesso ao desafio!
Em 2010, dispondo de tecnologia extremamente sofisticada, foi finalmente possível lograr responder a tão interessante desafio.
E mais recentemente, de novo foi possível responder ao estimulante “wagger” sem valor pecuniário.
Em ambas as ocasiões, as notícias vieram a terreiro afirmar que Einstein estava errado.
Também similarmente, li que a previsão de termos um computador em casa não fazer sentido estaria errada, mas não está. O que faz sentido é termos a computação em aparatos portáteis, que há mais de 10 anos ultrapassaram os vetustos PC’s.
Ou seja, à luz da época e das tecnologias disponíveis, quem está certo ou errado é uma questão infantil.
O que está certo é incentivar, delegar, deixar espaço a outros, e desafiar no melhor sentido do termo.
Para que se meçam com incrível precisão movimentos aleatórios, para que tal contribua para a descoberta, para o avanço do conhecimento, e para a sua partilha sem necessidade de fraseamentos menos felizes.
Aos meritórios investigadores da Universidade do Texas em Austin (em 2010) e da Universidade de Aveiro em Portugal (em 2016) que lograram responder ao desafio de Albert Einstein, os meus melhores e sinceros votos para que prossigam nas vossas investigações, e que deixem os momentos menos felizes caírem no esquecimento da História.
Os investigadores da Universidade de Aveiro tiveram a amabilidade e a elegância de colocar a questão em forma de pergunta (que logo foi transformada por passe de magia em afirmação pela imprensa) mas esqueceram-se de verificar os trabalhos de 2010 na UT em Austin, um lapso decerto involuntário, quando afirmam terem respondido ao desafio pela primeira vez.
Tiveram também o cuidado de esclarecer que os meios tecnológicos de antigamente e os de hoje não se comparam, foram muito mais elegantes e cuidadosos do que a imprensa o fez crer.
Prossigam todos, com muita coragem, em frente, e prenhes de momentos felizes.
Por exemplo: tentem unificar corpos de conhecimento, que isso é giro.
Ou medir quantos pinguins estiveram no solo gelado dum icebergue, caso se virem para Sul ou quantos Ursos Polares estiveram no solo gelado do territórios do Norte. Que é uma analogia para o desempenho de Einstein.
Sem laseres ultra-sofisticados, ou satélites ou aparatos da moderna alta tecnologia.
Mas usaram laseres? Concedo que fizeram muito bem.
Aproveitem e vejam quem concebeu o Laser.
Uma dica: foi um Senhor cujo nome começa por A e cujo apelido começa por E.
Estava errado?
Não, não estava.
(A)lbert (E)instein estava certo.
E os investigadores, tanto os do Texas como os de Aveiro, também: é certo responder a desafios!
Obrigado senhor Brown, e muito muito Obrigado senhor Professor Einstein.
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