Centaurus A (NGC 5128) é uma espécie de fóssil galático. A luz utilizada para produzir esta imagem foi emitida há mais de 12 milhões de anos, quando os mamíferos dominavam a Terra e a humanidade ainda não tinha dado os primeiros passos.
Centaurus A é considerada um objeto de interesse essencialmente por 2 motivos:
- é bastante brilhante o que a torna ideal para astrofotografia e
- é a radiogaláxia mais próxima do nosso planeta, pelo que o seu núcleo ativo tem sido alvo de extensos estudos.
Observando a imagem, verificamos que Centaurus A é uma galáxia peculiar que não parece ser elítica nem espiral. A explicação é dada por simulações de computador que mostram que Centaurus A foi uma grande galáxia elítica que colidiu e se fundiu com uma galáxia espiral de menor dimensão.
O centro da galáxia conterá um buraco negro supermassivo com uma massa estimada em mais de 100 milhões de massas solares (> 10^38 kg), que é mantido ativo por gás e poeira cósmica existentes nas suas proximidades que são atraídos gravitacionalmente na direção do seu centro. Através de processos ainda não completamente compreendidos, parte desta matéria em queda é ejetada em direções opostas a uma velocidade ligeiramente inferior à da luz, alcançando distâncias na ordem dos 100 anos-luz (note-se que a galáxia apenas tem cerca de 60.000 anos-luz). Daqui resultam emissões de raios X e rádio sendo que nesta banda, a densidade de fluxo recebida na Terra, a 1.420 MHz, é de aproximadamente 2.000 Jy, valor ligeiramente inferior ao da supernova Cassiopeia A, mas superior ao centro galático (Sag. A*), à radiogaláxia Cygnus A e o dobro da supernova do Caranguejo.
Na imagem é possível observar:
- regiões formadas por aglomerados azuis contendo estrelas jovens,
- imponentes faixas escuras de poeira que escondem estrelas jovens (lado direito, parte inferior) e cuja origem poderá estar relacionada com o que sobrou do centro da galáxia fundida e
- um brilho central provocado por centenas de milhares de milhões de estrelas mais velhas e frias.
O centro da galáxia pode ser visto com elevado pormenor aqui.
O grupo iTelescope – Portugal é constituído por mais de uma dezena de astrónomos amadores e tem como objetivo aprofundar as competências adquiridas, a partilha de conhecimentos, promover a cultura científica através da astronomia e contribuir para uma melhor compreensão dos fenómenos astronómicos.
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