Recordando o cometa Catalina

Os primeiros registos de cometas são datados de 1.000 a.C., com gravuras chinesas de estrelas com caudas. Mais tarde, os gregos destacaram-se neste domínio: Anaximandro, foi o primeiro a tentar desvendar os cometas; Xenófanes, dizia que eram nebulosas de fogo; e Hipócrates, defendia a ideia de serem ilusões de ótica. Séneca foi mais longe ao sugerir que os cometas eram corpos sólidos que queimavam, que eram mais visíveis ou no nascer ou no crepúsculo e que passavam mais de uma vez perto do Sol.

Na idade média, o Bispo Santo Adalberto de Magdeburg, dizia que os cometas eram “fumos de pecado humano”, que levariam até Deus os horrores terrenos.

Novos conhecimentos surgiram com Tycho Brahe ao demonstrar que os cometas eram objetos celestes; Johannes Kepler achava que os cometas andavam em linha reta; e Newton confirmou a trajetória elítica. Em 1705, Edmond Halley calculou a órbita de 24 cometas e verificou que existiam 3 com órbitas muito semelhantes tendo concluído que se tratava de um único cometa com período de 76 anos, que mais tarde viria a ser conhecido como cometa Halley.

Hoje definimos Cometas como corpos menores do sistema solar, constituídos por grandes massas de água e gases congelados, incrustada com grãos de poeira de diversas dimensões, que executam órbitas elíticas em torno do Sol e que ao passar pelas suas proximidades desenvolvem uma coma e longas caudas.

Antigamente eram considerados presságios mas agora, que possuímos mais conhecimentos, a sua observação tornou-se um fascínio e a sua compressão assumiu um papel muito apreciado pela maioria das pessoas. Assistir à passagem de um cometa é algo de mágico mas registá-lo pode ser ainda mais impressionante.

O Catalina, C / 2013 US10, é um cometa não periódico no sistema solar, descoberto em 2013, que teve o seu periélio (ponto orbital de maior aproximação da Terra) em 15 de novembro de 2015, à distância de 0,82 UA do Sol. A sua excentricidade é superior a 1, o que corresponde uma trajetória hiperbólica, indiciando que tenha tido origem na proposta nuvem de Oort (pela interação gravitacional de estrelas próximas ou oscilações na elítica galáctica) e nunca mais regressará ao sistema solar.

A fotografia mostra o Catalina com uma cauda de iões (à esquerda) composta por plasma, que vai sofrendo influência do vento solar (a mais a 400 km/s), ficando sempre oposta à direção do sol e uma cauda de poeiras (à direita) cujo brilho resulta da absorção de radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

Plataforma “O Universo em Fotografia”.

4 comentários

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    • Reinaldo da Silva on 05/09/2016 at 05:34
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    Senhor professor,
    Como assim ele não retornará ao sistema solar ?
    Ele será capturado por outra estrela ?

    1. Reinaldo, imagine um objeto a atravessar o sistema solar (SS) sempre em linha reta. Ele nunca mais vai retornar, certo? O cometa Catalina possui uma órbita hiperbólica (e não elítica como os planetas do SS) e como tal não regressará mais. Se na sua trajetória for atraído gravitacionalmente por alguma estrela, então poderá ser capturado por essa estrela e adquirir uma órbita elítica (em princípio muito excentrica, i.e: alongada).

        • Reinaldo da Silva on 08/09/2016 at 22:54

        Mas então sabe-se que ele esta indo para qual sistema ou constelação ele está indo? e quanto tempo levará para alcançar?
        Gostaria de saber.
        Obrigado pela atenção e resposta.

      1. Antes de entrar na região planetária do sistema solar, ele tinha um período de alguns milhões de anos.

        Por isso, irá levar muitos milhões de anos até alcançar o que quer que seja 😉

        abraços

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