Muitos já ouviram falar no Paradoxo de Fermi, que, bem resumidamente, diz o seguinte: dada a idade do universo e dada a quantidade de estrelas que temos no universo, nós deveríamos encontrar evidências de vida inteligente em algum lugar.
O argumento é baseado, principalmente, na diferença de tempo entre o Big Bang (que aconteceu há 13,8 bilhões de anos) e o nascimento do Sistema Solar (que aconteceu há 4,6 bilhões de anos).
Essa diferença de 9,2 bilhões de anos seria mais do que o suficiente para que a vida se desenvolvesse em algum lugar no universo.
Agora, um novo estudo teórico feito por pesquisadores do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, com o título Probabilidade Relativa Para a Vida Como Função do Tempo Cósmico, calculou a probabilidade de planetas parecidos com a Terra se formarem no universo, começando desde o momento em que as primeiras estrelas se formaram, 30 milhões de anos após o Big Bang.
A conclusão que eles chegaram é que a vida, como a conhecemos, é determinada pela massa da estrela.
Estrelas com grande massa (mais de 3 vezes a massa do Sol) têm um curto período de vida, e por isso é pouco provável que haja tempo para a vida surgir antes da estrela morrer.
Já estrelas de massa menor, como as anãs vermelhas por exemplo, que têm cerca de 0,1 vezes a massa do Sol, vivem muito mais. Existem modelos astrofísicos que dizem que essas estrelas podem viver por 10 trilhões de anos!
Com todo esse tempo, a probabilidade de desenvolverem planetas cresceria por um factor de 1000 com relação a hoje.
Os pesquisadores concluíram então que a nossa vida surgiu de maneira prematura no universo, e por isso não encontramos outras civilizações, pois elas devem aparecer muito mais tarde, daqui a bilhões ou até mesmo trilhões de anos.
Porém existe também uma hipótese alternativa: essas jovens estrelas no começo da vida são muito violentas, gerando gigantescas explosões e flares, que podem aniquilar os planetas formados ao seu redor.
Assim, além do facto da vida ser prematura na Terra, pode ser que a vida em planetas ao redor de estrelas jovens tenha sido aniquilada antes de chegar à maturidade.
A conclusão dos pesquisadores é: a única maneira de encontrarmos uma resposta é continuarmos procurando por planetas parecidos com a Terra, e para isso, o Telescópio Espacial James Webb e o TESS terão um papel fundamental.
Fontes: Universo Today, Artigo Científico, Artigo Científico.
2 comentários
Existe ainda uma 3ª hipótese bem mais plausível de não termos encontrado vida inteligente, que é a de não sabermos enquanto espécie definir inteligência à escala universal. Ou seja, poderíamos até vê-la mas não compreendê-la se não formos suficientemente inteligentes, respondendo assim ao paradoxo de Fermi.
Este questão ainda não se colocou porque antes de encontrarmos vida inteligente, teremos que encontrar vida, o que já de si seria um feito notável dada a extensão a que se encontram os corpos celestes. Depois sim, discutiremos sobre o que é ou não vida inteligente. Quais devem ou quais não devem ser os parâmetros que se deva reger esta nova avaliação de inteligência, não mais à escala terrestre mas universal.
Parece evidente que uma boa forma será olhar para como definimos a nossa própria inteligência e entender melhor os seus conceitos para podermos extrapolar para um conceito mais universal. A nossa faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar, é o que nos define como seres inteligentes. Não deverá ser muito diferente noutra civilização, apenas a forma de o comunicar.
E é aqui que está a chave. Uma comunicação correcta e eficaz da inteligência pode ser a diferença entre ser compreendido ou não ser, entre a certeza ou a dúvida, entre a harmonia ou o ruído, no fundo entre o certo e o errado. Para uma comunicação ser eficaz à escala universal, não podemos usar Português ou Inglês, nenhuma língua que estejamos habituados. Teremos que utilizar regras que sejam comuns a nós e a qualquer outra civilização que as queira usar e a melhor, senão única hipótese, é o uso da Matemática.
Agora outro problema surge. Como demonstrar Matemática sem recorrer a símbolos de convenção Grega? É que convenhamos, fora do alcance do conhecimento humano, ninguém sabe o que pode representar o Alpha, o Beta, o Pi ou o Ômega, tudo símbolos exclusivamente terrestres. A resposta é evidente, estes não servem. Mas quais seriam então os símbolos mais apropriados para fazer uso da demonstração matemática à escala universal?
Óbvio que tal como as regras, teriam que ser símbolos comuns, universais e independentes a qualquer uma das civilizações. É aqui que entram as formas geométricas (erradamente chamadas de geométricas pois não são exclusivas do planeta Terra). Utilizadas correctamente de “mil e uma maneiras”, estas formas podem demonstrar o uso de racíocínio matemático com um nível de precisão tal que se apresentam como os melhores, senão os unicos candidatos universais a desempenhar tal tarefa.
Abraço,
Marco Castro
Marco,
Concordo com tudo… exceto as conclusões finais.
Então Marco, não sabes definir o que é inteligência… mas para ti, assumes logo que os seres têm quer ter visão e ver em luz visível… 😉
abraços