Crédito: ESO/L. Calçada/Nick Risinger
Existe muita coisa nos confins do Sistema Solar que nós não conhecemos.
Só no cinturão de Kuiper pensa-se que existam cerca de 80.000 corpos.
Com as novas tecnologias, as novas técnicas de processamento de dados, estamos chegando à conclusão que o Sistema Solar externo é bem mais estranho do que a gente pensava há poucos anos atrás.
Para confirmar essa ideia, recentemente foi descoberto mais um Objeto Trans-Netuniano (TNO).
Esse objeto é cerca de 16.000 vezes mais tênue que Netuno, o que indica que deve ter menos de 200 quilômetros de diâmetro.
A estranheza desse objeto reside na sua órbita: bem acima do plano de órbita dos demais planetas do nosso sistema, e cada vez se afasta mais desse plano.
O plano da sua órbita tem uma inclinação de 110 graus em relação ao plano dos planetas do Sistema Solar.
Devido ao seu comportamento, ele foi apelidado de Niku – em chinês quer dizer, rebelde.
Uma das características importantes dos sistemas planetários é compartilhar um mesmo plano de órbita, algo que vem desde a formação do disco protoplanetário ao redor da estrela. Este objeto não o faz.
Além disso, todos os membros desse disco orbitam numa mesma direção. Este objeto tem uma órbita retrógrada: no sentido contrário à rotação da estrela.
Outros objetos têm estranhezas semelhantes, como o 2008 KV42, o que pode indicar a existência de um grupo destes objetos, com uma origem semelhante.
Para que algumas dessas premissas sejam rompidas, provavelmente algo se chocou ou está atraindo esse novo objeto descoberto e por isso ele tem esse comportamento.
E é essa questão que anima os astrônomos, pois, por exemplo, pode ser o não confirmado Planeta Nove que esteja exercendo sua força nessa região do Sistema Solar e colocando esse objeto fora do plano de órbita.
Como pode ser também a presença de outro planeta anão, como Plutão.
Cada dia que passa, a região externa do nosso Sistema Solar se torna um lugar mais estranho, mais complexo e cheio de surpresas.
Isto é fabuloso para os cientistas! Eles adoram desvendar o desconhecido.
Fontes: New Scientist, Artigo Científico
3 comentários
Professor
Gostaria de saber. Este objeto descoberto é composto em sua maior parte de gelo ou de rocha ?
Não se sabe a composição.
abraços
Essa orbita ao contrário, creio que seja uma prova de que ele tenha sido um objeto extrassolar, capturado pela gravidade do nosso Sol..
Poderão haver outros objetos assim também, mas se mantém a mesma direção da órbita já não teríamos como dizer se são extrassolares ou não..