Um lançador Falcon 9, da empresa SpaceX, que já se encontrava na plataforma de lançamento em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, explodiu durante um teste de preparação para o seu lançamento no próximo Sábado.
A explosão que ocorreu ontem (cerca das 15h00 de Portugal continental), provocou a destruição do foguetão e da carga, que consistia num satélite de comunicações israelita. É o segundo revés em pouco mais de um ano pois em 28 de Junho de 2015, um outro foguetão Falcon 9, que se destinava a abastecer a Estação Espacial Internacional, explodiu pouco depois da descolagem.
É sempre triste quando se assiste a um acidente deste género que, aparentemente atrasa o progresso da exploração espacial mas, e até pode parecer estranho o que vou escrever a seguir, estes acidentes – chamemos-lhes percalços – têm também um lado positivo.
O lado negativo é fácil de constatar; perdeu-se um lançador e o satélite que iria ser lançado e a estrutura da plataforma de lançamento terá ficado danificada. Até pode ser relativamente fácil calcular o valor dos equipamentos destruídos e da logística necessária para se ter ali o lançador e o satélite e fica-se com uma ideia dos prejuízos.
Mas, no outro prato da balança, há também um benefício que não é fácil, ou sequer possível, calcular: é a aprendizagem que se obtém com o acidente.
Será feito um estudo das causas do acidente, e avançadas possíveis soluções ou, pelo menos melhorias. Os futuros lançamentos beneficiarão das medidas que vierem a ser implementadas para evitar que este acidente se repita e que podem ir de alterações a procedimentos e protocolos de segurança até ao desenvolvimento de materiais e equipamentos mais seguros ou robustos.
E esta aprendizagem não se destina apenas à SpaceX. Todas as agências espaciais beneficiam com este conhecimento.
Estes incidentes não ocorrem em vão. Abrem caminho ao progresso.
Últimos comentários