Missão OSIRIS-REx

O foguetão Atlas V já se encontra há vários dias estacionado no Complexo de Lançamento n.º41, em Cabo Canaveral, Flórida. No topo, encontra-se alojada e selada uma sonda construída e desenvolvida pela NASA, de seu nome OSIRIS-REx.

A contagem decrescente já começou e o lançamento da Missão OSIRIS-REx está agendado para as 7:05 p.m. locais (00h05 do dia 9 de Setembro em Portugal continental).

foguetão Atlas V na rampa de lançamento para dar inicio à missão OSIIRIS-REx

foguetão Atlas V pronto para dar inicio à missão OSIRIS-REx

 

A partir das 5:30 p.m. (22h30 em Portugal), a Nasa TV irá transmitir, em directo do Kennedy Space Center, comentários e preparativos para o lançamento da missão OSIRIS-REx.

A missão OSIROS-REx (Spectral Interpretation, Resource Identification, Security – Regolith Explorer) pretende alcançar o asteróide 101955 Bennu, recolher uma amostra de material da superfície do asteróide e enviar essa amostra de volta para a Terra, dentro de uma cápsula. O estudo e análise dessa amostra poderá permitir aos cientistas saber como era o Sistema Solar na sua infância e avaliar não só os perigos mas também os recursos existentes no espaço próximo do nosso planeta.

Os asteróides são o que resta dos materiais que se formaram na nuvem de gás e poeiras que se contraiu e deu origem ao Sol e ao seu séquito de planetas, há cerca de 4,5 mil milhões de anos. Assim sendo, os asteróides contêm o material original dessa nuvem e podem dar-nos pistas para as condições iniciais do nosso Sistema Solar.
O asteróide Bennu é um asteróide do grupo designado por Apollo – grupo de asteróides cujas órbitas os aproximam da órbita da Terra, podendo mesmo cruzar a órbita do nosso planeta, o que os transforma em potenciais candidatos a uma colisão com a Terra. Tem um diâmetro de aproximadamente 493 metros e, como passa regularmente próximo da Terra, já foi observado e obtidas imagens de radar com recurso a radiotelescópios, designadamente pela Antena do Observatório de Arecibo e pela Antena Deep Space Network, na Califórnia (imagem abaixo obtida em 23 de Setembro de 1999).

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Apesar de a sua composição ser desconhecida, os cientistas calculam que o asteróide poderá conter recursos naturais como água, compostos orgânicos e metais. É possível que, num futuro mais ou menos longínquo, a exploração espacial e o desenvolvimento económico se apoie na mineração destes materiais presentes nos asteróides.

Esta missão,que irá levar a sonda até ao alvo em Agosto de 2018, irá inicialmente orbitar o Sol durante um ano, após o que se aproximará da Terra e usará o campo gravitacional do nosso planeta para a direccionar para o asteróide. Em 2018 aproximar-se-á de Bennu e, dois meses antes do encontro com o asteróide, dará início a um estudo detalhado do asteróide e usará um conjunto de pequenos foguetes para a colocar na mesma direcção e velocidade que o asteróide, dando-se o encontro em Agosto daquele ano. Durante o ano seguinte, a sonda estudará e mapeará o corpo celeste a fim de identificar e localizar os locais mais propícios para a recolha de amostras.

 

Após a seleção do local, a sonda vai tocar brevemente a superfície de Bennu para recolher uma amostra. Um braço robótico entrará em contacto com a superfície do asteróide durante 5 segundos durante os quais liberta um jacto de azoto que fará com que algum solo e rochas sejam projectadas para cima, sendo capturadas pela cabeça colectora. A nave tem azoto suficiente para permitir três tentativas de recolha de amostras, pretendendo-se que recolha entre 60 gramas e 2 quilogramas de material.

 

Em Março de 2021, A nave abandonará o asteróide e iniciará o regresso à Terra, chegando em Setembro de 2023. A cápsula contendo as amostras separar-se-á da nave  e entrará na atmosfera terrestre, sendo recolhida e analisada no Utah Test and Training Range, onde as amostras serão catalogadas e estudadas para se completarem os objectivos da missão. Nestas instalações, apenas se procederá ao estudo de 25% do material. Os restantes 75% de material da amostra recolhida no asteróide, será preservado nas instalações da NASA, em Houston, mais exactamente no Centro Espacial Johnson, ficando disponíveis para investigação por cientistas de todo o mundo, incluindo futuras gerações de cientistas.

 

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  1. […] Para saber mais detalhes da missão e do asteróide, pode ler este artigo. […]

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