Salsicha Party

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Salsicha Party é um filme de animação para adultos.
Aliás, é demasiado para adultos. Pensei que fosse tipo Shrek, mas não. A linguagem é demasiado adulta, com muitas asneiras e conotações sexuais.
Também existem muitos estereótipos relativos a diferentes raças. São piadas adultas, que as crianças não entendem obviamente.

É um filme divertido, mas sinceramente estava à espera de mais.

Pensei que fosse um filme que me fizesse “ter pena” da comida. Mas também me enganei.

O filme parece promover a ideia de que “fumar erva” é bom – faz-nos ver a “realidade”.

Mas sobretudo é um filme sobre religião, que promove a ideia de que os religiosos andam todos enganados.
A comida nos supermercados pensa que os Humanos são deuses, que os escolhem para os levar para o Fabuloso Além (Great Beyond). O Fabuloso Além é o Paraíso, onde todos os sonhos se concretizam.
Apesar de não existir qualquer prova da existência desse Fabuloso Além (Paraíso), eles (comida) preferem acreditar, porque sim. Eles acreditam porque “sentem” isso, mesmo não tendo qualquer prova.
No filme é dito que Deus (Humanos) vê tudo e sabe tudo sobre eles (comida).
Quando algo parece injusto na vida deles (comida), eles conformam-se com a ideia de que Deus trabalha de forma misteriosa.
Quando algo corre mal, eles pensam que os deuses (humanos) estão chateados com eles (comida), e assumem que a culpa é de terem “pensamentos impuros”.
A comida chama Senhor do Mal ao rapaz que trabalha no supermercado e que tira a comida fora de prazo das estantes e coloca no lixo. O lixo é considerado um buraco negro infernal – o inferno de onde mais ninguém sai.

Entretanto a Salsicha fica a saber que toda esta história dos deuses (humanos), do Fabuloso Além (Paraíso), etc, é uma história inventada há uns anos para confortar a comida.
Isto faz-me lembrar o filme: A Invenção da Mentira.
Grande parte da comida, que acredita no Fabuloso Além, continua a preferir a mentira do que lidar com a descoberta da Salsicha. Aliás, a Salsicha é acusada de não respeitar as crenças, de ser intolerante, etc… só porque preferiu ser curioso e descobrir a verdade.

No final, a comida descobre que afinal vive uma ilusão, vive numa dimensão em que são cartoons; mas que existe uma dimensão maior onde são pessoas, e daí que atravessam um portal inter-dimensional para entrarem na realidade. Isto faz-nos pensar se, também nós, não estaremos numa realidade menor (a nossa realidade ser uma ilusão), onde somos “desenhados” por outros numa realidade superior.

Por fim, a parte mais “científica” do filme, e a razão principal de estar a escrever aqui sobre ele, é a presença de Stephen Hawking. Existe uma pastilha elástica já mastigada, de óculos, a andar em cadeira de rodas e com uma voz robótica. Supostamente, é a comida mais inteligente no Universo, e que sabe tudo sobre o Universo. Aliás, é esta pastilha elástica que cria o portal inter-dimensional. Na dimensão superior, esta pastilha é, evidentemente, Stephen Hawking.

1 comentário

    • José Carlos do Canto on 29/09/2016 at 14:37
    • Responder

    Vou assistir. Talvez, diferentemente, eu possa gostar do filme. Abraços…

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