GJ 1132b, um exoplaneta com uma massa entre 1.2 e 1.6 vezes a massa da Terra, intrigou os astrônomos quando foi descoberto em 2015.
Também conhecido como Gliese 1132b, o planeta orbita uma estrela do tipo anã vermelha, a GJ 1132, que tem somente metade do tamanho do nosso Sol, e é mais fria e muito mais apagada que o Sol, emitindo somente 1/200 da sua luz.
Localizado a 39 anos-luz de distância da Terra, o GJ 1132b, orbita a sua estrela a cada 1.6 dias, a uma distância de 2.2 milhões de quilômetros.
O planeta pode ter uma atmosfera, apesar de estar sendo cozido a uma temperatura de 232ºC.
Mas essa atmosfera seria espessa e densa, ou fina e filamentada?
Uma nova pesquisa, liderada pela astrônoma Laura Schaefer do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, sugere que a última opção é a mais provável.
A Dra. Schaefer e seus colegas examinaram a questão do que teria acontecido com o GJ 1132b com o passar do tempo, se ele tivesse começado com uma atmosfera rica em água.
Os exoplanetas que orbitam suas estrelas a uma pequena distância são inundados com luz ultravioleta, que quebra as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, fazendo com que ambas sejam então perdidas para o espaço. Contudo, como o hidrogênio é mais leve, ele escapa mais rapidamente, enquanto o oxigênio fica um pouco para trás.
“Em planetas mais frios, o oxigênio poderia ser um sinal de vida alienígena e de habitabilidade”, disse a Dra. Schaefer. “Mas num planeta quente como o GJ 1132b, isso significa algo totalmente oposto: um planeta que está sendo cozido e esterilizado”.
Como o vapor de água é um gás de efeito estufa, o GJ 1132b teria um forte efeito estufa, amplificando o intenso calor já emitido pela estrela. Como resultado, sua superfície poderia se manter derretida por milhões de anos.
Um oceano de magma interagiria com a atmosfera, absorvendo parte do oxigênio, mas quanto? Somente cerca de um décimo, de acordo com o modelo criado pela equipa de pesquisadores. A maior parte do oxigênio restante, se perderia para o espaço; contudo uma parte poderia ficar.
“Esse planeta pode ser a primeira vez que nós detectamos oxigênio em um planeta rochoso fora do Sistema Solar”, disse o Dr. Robin Wordsworth, do Harvard Paulson School of Engineering and Applied Sciences.
Se qualquer oxigênio ainda estiver no GJ 1132b, a próxima geração de telescópios espaciais será capaz de analisar e identificar.
O modelo de oceano de magma e atmosfera poderia ajudar os astrônomos a resolverem o mistério de como Vênus se desenvolveu com o tempo.
Vênus provavelmente começou parecido com a Terra, em quantidade de água, que teria sido partida pela luz do Sol. Ainda hoje, Vênus mostra alguns sinais de oxigênio. Mas o problema do oxigênio perdido continua intrigando os astrônomos.
Fonte: Harvard Smithsonian – Center for Astrophysics, Artigo Científico
Últimos comentários